O RENAL CARE II, associado a padrões vibracionais, tem por objetivo exercer funções protetoras e imunomoduladoras dos rins. A própolis verde e a própolis vermelha foram selecionadas em virtude de apresentarem importante ação anti-inflamatória e ação antioxidante. Ações estas, que estão diretamente relacionadas com a redução da presença de quantidades anormais de proteína na urina (proteinúria), seja em pacientes portadores de doença renal crônica diabética ou não, através da diminuição da proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP 1) em comparação a grupos placebos. A própolis também diminuiu a inflamação dos rins em pacientes inclusive sob hemodiálise, além de serem observados em experimentos in vivo, uma boa ação protetora de rins por “injúrias” induzidas.
Um ponto a ser observado: o RENAL CARE CAPS II tem ação sinérgica bastante positiva quando associado com o RENAL IMUNE SUPPORT CARE.
Baccharis dracuncufolia (PRÓPOLIS VERDE)
A Baccharis dracunculifolia é popularmente conhecida como “vassourinha”, “alecrim do campo” ou “alecrim de vassoura”, e está espalhada pelas regiões sul do Brasil, mas também em países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Essa planta é pertencente ao gênero Baccharis, uma subtribo Baccharidinae (Asteraceae) e está amplamente difundida na América do Sul, possuindo cerca de 500 espécies. A polinização dessas árvores é realizada principalmente por abelhas Apis mellifera. (Moise et al., 2020)
Os extratos de folhas de Baccharis dracunculifolia possuem efeito anti-inflamatório, antibacteriano, imunomodulador, antigenotóxico e antimutagênico. Os principais compostos químicos bioativos isolados desta planta são a bacarina, artepillina C e ácido cumárico os quais são responsáveis por efeitos anticancerígenos, relacionados contra o câncer de mama e próstata. (Akao et al., 2003) (Filho et al., 2010) (Menezes, 2005) (Lemos et al., 2010) (Bachiega et al., 2013) (Endo et al., 2014) (Pereira et al., 2016) (Roberto et al., 2016) (Penning, 2017) (de Figueiredo-Rinhel et al., 2019) (Menezes, 2005)
De acordo com Lemos et al. o extrato hidroalcoólico obtido de partes aéreas de B. dracunculifolia é eficaz para o tratamento de úlcera. Os resultados desse trabalho mostraram que doses de 50, 250 e 500 mg/kg de extrato bruto de B. dracunculifolia diminuíram significativamente o índice de lesão, a área total da lesão e a porcentagem da lesão em comparação com os grupos controle. Utilizando o modelo de secreção gástrica, esse estudo revelou reduções no volume de suco gástrico e acidez total, além do aumento do pH gástrico. Esses resultados levaram os autores a concluir que B. dracunculifolia poderia ser um ingrediente potencial em preparações fitoterápicas para o tratamento de úlceras gástricas. (Lemos et al., 2010)
De acordo com Osés et al., os polifenóis, uma das principais classes de compostos bioativos presentes na própolis, possuem uma estrutura química capaz de eliminar efetivamente os radicais livres. Nessa esteira, os flavonóides da própolis também foram identificados como poderosos antioxidantes, capazes de eliminar os radicais livres e, assim, proteger as membranas celulares contra a peroxidação lipídica. (Osés et al., 2016)
A própolis também apresenta importante atividade antibacteriana e antifúngica, as quais independem de sua origem geográfica. A ocorrência dessa propriedade se dá principalmente pela presença de complexos efeitos sinérgicos entre os flavonoides, ácidos fenólicos e seus derivados. (Sawaya et al., 2004)(Koru et al., 2007)
A influência de extratos de própolis verde tendo B. dracunculifolia, B. erioclada e Myrceugenia euosma como principal origem vegetal foram testados em células de rim canino de Madin-Darby (MDCK) propagadas pelo vírus influenza A/PR/8/34 (H1N1) e fêmeas Ratos DBA/2 Cr. Os resultados desse trabalho mostraram a redução da perda de peso corporal de camundongos infectados. Adicionalmente, os mesmos autores testaram três tipos de própolis verde brasileira colhidas em diferentes áreas do Brasil. Esses extratos foram examinados quanto à sua eficácia anti-HSV-1 em um modelo de infecção cutânea em camundongos. Observou-se nesse caso que os três extratos de própolis aliviaram moderadamente os sintomas de infecção cutânea herpética. (Shimizu et al., 2008) (Kurokawa et al., 2011)
Hori et al. demonstraram a eficiência do extrato de própolis verde na redução da secreção de IL-1β em macrófagos de camundongos e esta redução foi correlacionada com uma diminuição na ativação da protease caspase-1. Nesse mesmo trabalho os autores verificaram que a quantidade utilizada do extrato (30 μg/mL) não foi considerada tóxica para as células mesmo após 18 horas de tratamento. Esses resultados sugerem que o extrato de própolis verde brasileiro, rico em Artepillin C, tem um papel na regulação dos inflamassomas (uma grande plataforma molecular formada no citosol celular em resposta a sinais de estresse, toxinas e infecções microbianas).(Hori et al., 2013) Outros resultados importantes em relação à artepillina C foram encontrados por Kimoto et al., que demonstraram seu efeito anti-leucêmico. (Kimoto et al., 2001)
O efeito protetor gástrico e a atividade antiúlcera do extrato hidroalcoólico da própolis verde brasileira foram demonstrados utilizando modelos de lesões gástricas agudas induzidas por etanol, indometacina e estresse em ratos. Os animais pré-tratados com extrato bruto hidroalcoólico de própolis (50, 250 e 500 mg/kg) apresentaram redução significativa no índice de lesão, na área total afetada e no percentual de lesão, cujos resultados foram semelhantes aos obtidos para extratos vegetais de B. dracunculifolia. Na maior dose testada (500 mg/kg), o extrato de própolis verde demonstrou significativa proteção antiúlcera ao reduzir os parâmetros avaliados na ulceração gástrica. O pré-tratamento de 250 e 500 mg/kg de extrato de própolis verde apresentou atividade anti secretora, reduzindo o volume de suco gástrico, acidez total e pH. Todos esses resultados sugerem que os extratos de folhas de B. dracunculifolia, assim como a própolis verde brasileira, apresentam boa atividade antiúlcera, sendo sua incorporação em produtos de tratamento de úlcera plenamente possível após sua validação farmacológica. (de Barros et al., 2007)(Lemos et al., 2010)
Outra propriedade da própolis verde que vem atraindo a atenção da comunidade científica nos últimos anos está relacionada à proteção renal. Nesta esteira, Silveira et al. demonstraram que a própolis verde reduziu a presença de quantidades anormais de proteína na urina (proteinúria) em pacientes possuindo doença renal crônica diabética ou não diabética. Neste estudo foi evidenciado que a proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP 1) apresentou níveis significativamente baixos no grupo tratado com a própolis verde quando comparado com o grupo placebo. (Silveira et al., 2019) Em outro estudo, dessa vez utilizando ratos, foi constatado que a própolis restaurou as funções celulares, preveniu o aumento do número de células apoptóticas e melhorou a morfologia dos rins após o procedimento de injúria induzida. Os autores deste estudo acreditam que os resultados observados são devidos ao efeito antioxidante pronunciado, devido a presença de compostos fenólicos, exibido pela própolis. (Ulusoy et al., 2016) Muito recentemente, foi publicado um estudo evidenciando que o tratamento com a própolis também diminuiu a inflamação renal em pacientes sob condições convencionais de hemodiálise. Nestes casos foi mostrado que a própolis verde brasileira provoca uma redução na presença de moléculas pró-inflamatórias como citoquinas. (Silveira et al., 2022)
Dalbergia ecastophyllum (PRÓPOLIS VERMELHO)
No Brasil, muitos tipos de própolis se distinguem por sua origem botânica. Aqui, as abelhas coletam própolis o ano todo. Bueno-Silva et al. analisaram que a própolis vermelha brasileira tinha como fonte vegetal Dalbergia ecastophyllum. (Bueno-Silva et al., 2013) O efeito do tempo de coleta da própolis, sua composição química e atividade antibacteriana foram examinados por esses autores e seus resultados demonstraram que a época de colheita possui uma correlação direta na composição química da própolis. (Bueno-Silva et al., 2013) A Dalbergia ecastophyllum (L) Taub. (Leguminosae) é intensamente visitada pelas abelhas para coletar exsudatos resinosos vermelhos em seus ramos. Essa planta é popularmente conhecida como “rabo-de-bugio”, e tradicionalmente suas raízes e cascas são utilizadas para o tratamento de inflamações uterinas e anemias. (Moise et al., 2020)
A atividade antioxidante da própolis foi demonstrada pela maioria dos resultados que comprovaram a redução dos marcadores de estresse oxidativo. Os polifenóis, uma das principais classes de compostos da própolis, possuem uma estrutura química capaz de eliminar efetivamente os radicais livres. Ainda nessa esteira, os flavonóides da própolis são poderosos antioxidantes, capazes de eliminar os radicais livres e, assim, proteger as membranas celulares contra a peroxidação lipídica. (Osés et al., 2016)(Cao et al., 2017)(Braakhuis, 2019)
A atividade antibacteriana da própolis vermelha brasileira foi investigada por Trusheva et al. contra diferentes cepas bacterianas (Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Candida albicans). Os resultados demonstraram que componentes, como por exemplo isoflavonóides, são eficientes na inibição bacteriana, principalmente contra C. albicans. O mesmo autor identificou que a benzofenona prenilada exibe importante atividade contra S. Aureus. (Trusheva et al., 2006)
Segundo Dantas Silva et al., o extrato vermelho etanólico apresentou a maior atividade antimicrobiana contra Enterococcus sp., Staphylococcus aureus e Klebsiella sp. exibindo valores de CIM de 31,3, 62,5 e 31,3 μgxmL−1. Bueno-Silva et al., afirma que a maior atividade antibacteriana da própolis vermelha ocorre durante a estação chuvosa (de janeiro a maio no Brasil), e neste período é registrada a maior concentração de vestitol, neovestitol e isoliquiritigenina, também. (Dantas Silva et al., 2017) (Wu et al., 2011) (Bueno-Silva et al., 2013) Para outros trabalhos evidenciando as atividades antibactericidas da própolis vermelha ver: (Koo et al., 2000) (Machado et al., 2016)
Regueira-Neto et al. analisaram o efeito antiparasitário da resina obtida de Dalbergia ecastophyllum e compararam sua atividade com a da própolis vermelha brasileira. Eles usaram as amostras contra os parasitas Leishmania e Trypanosoma. Os resultados obtidos mostraram que, de modo geral, as amostras de própolis apresentaram melhor desempenho frente aos parasitas quando comparadas ao extrato resinoso de D. ecastaphyllum. Este resultado sugere que as abelhas modulam os compostos químicos presentes nas resinas vegetais quando misturam o material vegetal com suas próprias secreções durante a produção de própolis vermelha. Outros resultados representativos do mesmo estudo demonstraram mais uma vez o efeito da sazonalidade nas amostras de própolis vermelha: a própolis vermelha coletada durante a estação chuvosa mostrou-se mais eficaz do que a coletada na estação seca. (Regueira-Neto et al., 2018)
Outras pesquisas científicas relataram que os extratos etanólicos de própolis inibiram o crescimento de culturas de epimastigotas de T. cruzi nas concentrações de 75 e 300 mg/mL. Observou-se que todas as amostras de própolis demonstraram alta atividade inibitória contra o T. cruzi em relação ao grupo controle. Além disso, os resultados demonstraram que um dos extratos de própolis vermelha apresentou a maior atividade, levando a 98% de inibição do crescimento dos protozoários em questão em 24 h de incubação. Esses resultados confirmam outros estudos publicados anteriormente. (Dantas Silva et al., 2017) (De Castro et al., 2011)
Através do trabalho publicado por Correa et al., os mecanismos moleculares específicos por trás do efeito anti-inflamatório da própolis vermelha foram bem estudados. Os autores deste trabalho sugeriram que os tratamentos com extratos de própolis vermelha, ricos em compostos polifenólicos, reduziram as áreas de lesão em camundongos, assim como a infiltração de neutrófilos (através da redução da quimiotaxia de neutrófilos), expressão do principal fator inflamatório transcricional (NF-kB), e a síntese de mediadores inflamatórios. (Corrêa et al., 2017)
A atividade in vitro dos extratos etanólicos de própolis brasileira vermelha e verde foi testada nas células tumorais B16F10, no intuito de avaliar seus efeitos antiproliferativos. A própolis verde teve menor efeito antitumoral que a vermelha, mas bons resultados foram obtidos para a amostra originária do Paraná-Brasil. O mesmo extrato de própolis verde registrou a maior concentração de artepillina C e ácido p-cumárico. Outros resultados importantes em relação à artepillina C foram encontrados por Kimoto et al., que demonstraram seu efeito anti-leucêmico. (Machado et al., 2016) (Kimoto et al., 2001)
A atividade antiúlcera dos extratos de própolis vermelha foi investigada recentemente. Observou-se que a administração de extratos hidroalcoólicos de própolis vermelha e formononetina (um isoflavonóide, normalmente encontrado na própolis vermelha) a ratos contendo úlcera induzida levou à diminuição significativa dos volumes de secreção gástrica além de aumentar a produção de muco. (de Mendonça et al., 2020)
Estudos in vivo demonstraram que a própolis vermelha promoveu uma redução significante da hipertensão, da proteinúria, da retenção da creatina sérica, glomeruloesclerose, da infiltração renal de macrófagos e do estresse oxidativo nos rins de ratos. Os autores deste trabalho sugerem que o mecanismo para tais propriedades está relacionado com a redução da inflamação renal e do estresse oxidativo.