Sem dúvida, a obesidade é uma doença que vem crescendo em níveis alarmantes nos últimos anos. Várias causas podem ser atribuídas a essa patologia, porém a má alimentação associada com um estilo de vida sedentário e estressante estão intimamente ligadas ao aumento do número de obesos. O OBESITY CONTROL, associado a padrões vibracionais, tem como objetivo atuar no tratamento dessa patologia. Os componentes presentes nesse coquetel, em especial a banana verde, fornecem uma ótima quantidade de fibras cruciais para um ótimo processo de digestão. Adicionalmente, essa fruta é uma alternativa para dietas baseadas em glúten. Outro componente que merece um destaque especial é o GUGGUL que possui um grande poder no tratamento da obesidade e vem sendo empregado com essa finalidade na medicina Ayurvédica desde tempos antigos.
Glycyrrhiza glabra (ALCAÇUZ)
É uma planta florida da família Fabaceae, a qual cresce em solos bem drenados em vales profundos que contenham considerável exposição ao sol. Atualmente os países que produzem licorice Índia, Irã, Itália, Afeganistão, China, Paquistão, Iraque, Azerbaijão, Uzbequistão, Turcomenistão e Turquia. Seus extratos são atualmente usados nas indústrias farmacêuticas e de alimentos (Zhao et al., 2016) (Zhao et al., 2016)
O alcaçuz possui propriedades relacionadas a atividade neuroprotetiva, sedativa, antidepressiva, oestrogênica, efeitos da pele, antiviral, anticancerígena, antimicrobiana, antioxidante, hepatoprotetiva, antiúlcera e anti-inflamatória. (Xiaofei Shang et al., 2010) (Im et al., 2005) Além dessas propriedades, a Glycyrrhiza glaba (também conhecida com licorice) é um inibidor de trombina. (Mu et al., 2011)
A atividade imunomoduladora do extrato aquoso de licorice foi demonstrado por experimentos in vitro por Feng Wang et al. Nesses experimentos foi demonstrado o aumento da produção de macrófagos e linfócitos em granulócitos humanos quando em contato com a raiz de licorice. (Feng Wang et al., 2008)
Qing Zhao demonstrou que o pré-tratamento com licorice atenua significantemente reperfusão isquêmica através de um melhoramento da condição antioxidante do coração. (Limanaqi et al., 2020) (Zhao et al., 2016)
Licorice também vem sendo usada no tratamento de ossos, contribuindo dessa forma para o tratamento de osteoporose, fraturas, defeitos osseos, osteomalacia, osteogênese imperfeita e doenças periodontais (Schinella et al., 2002)
Estudos realizados por Zhonghong Gao et al., em ratos, demonstraram que licorice, quando integrado como suplemento alimentar, pode reduzir a suscetibilidade da lipoproteina de baixa densidade a efeitos oxidativos. (Gao et al., 1999)
Estudos focados no extrato metanólico dessa planta demonstraram que a mesma possui atividade antiartrítica em ratos machos. De acordo com os pesquisadores, tal atividade ocorre através da inibição de migração de leucócitos, produção de autoantígenos e atividade antiproteinase. (Hui Hung Wang et al., 2000)
O ácido 18β-glicirretínico extraído do alcaçuz atenuou a inflamação das vias aéreas em comundongos asmáticos utilizados como modelo experimental. De acordo com os autores desse trabalho científico, esse ácido pode ser classificado como um novo componente terapêutico para o tratamento da asma alérgica. (Gaire et al., 2014)
De acordo com Yazhen Shang et al., G. glabra inibe efetivamente a adipogênese das células 3T3-L1. (Yazhen Shang et al., 2005)
Musa acuminata (BANANA VERDE ORGÂNICA LIOFILIZADA)
A banana é uma das frutas tropicais mais cultivadas mundialmente. Seu cultivo corresponde a 15% do total de frutas produzidas mundialmente atingindo cerca de 110 milhões de toneladas por ano. (Falcomer et al., 2019) Contudo 20% da produção de bananas não é comercializada devido a seu tamanho e defeitos em sua aparência. (Falcomer et al., 2019) Como a maioria da população consume bananas maduras também existem perdas devido ao transporte e seu armazenamento. (Jiang et al., 2015) Adicionalmente existem perdas de banana devido ao excesso de colheita, levando ao apodrecimento de uma parte considerável desses frutos. Nesse contexto, vários estudos relacionados a redução de lixo ocasionado pela rejeição anual da banana e a uma melhor utilização de seus nutrientes colocam a banana verde num ponto de destaque comparado a banana madura. (Anyasi et al., 2013)(Zandonadi et al., 2012)
Muitas pessoas não a consomem devido a sua dureza e sabor adstringente devido à presença de compostos fenólicos e taninas. (Sarawong et al., 2014) Porém o seu consumo vem aumentando nos últimos anos devido aos seus benefícios fisiológicos significantes para a saúde humana, como por exemplo, a sua utilização como alternativa em dietas sem glúten (Zandonadi et al., 2012) e como fonte de amido resistente. (Fuentes-Zaragoza et al., 2010)(Zhang et al., 2012)
Vários estudos evidenciam que o amido resistente, presente em alta quantidade na banana verde, (Menezes et al., 2010) promove benefícios a saúde porque possui uma atuação semelhante a fibra. (Cordoba et al., 2018)(Langkilde et al., 2002)(Dan et al., 2015) Dessa forma o amido resistente ajuda na prevenção de diabetes tipo 2 através da redução de glicemia bem como na redução do risco do desenvolvimento de doenças crônicas. (Basso et al., 2011) Outros estudos também indicam que o amido resistente atua na prevenção de doenças intestinais, na redução dos níveis de colesterol, no aumento da síntese de vitaminas do complexo-B, no aumento da absorção de minerais, no aumento da resposta imune e na prevenção de câncer intestinal. (Aline Rodrigues da Silva et al., 2016)(Fuentes-Zaragoza et al., 2010)
De acordo com Eleazu et al., a expressiva atividade antioxidante exibida pela banana verde é devida ao alto teor de compostos fenólicos presentes. Esse trabalho também indicou que o teor fenólico da banana verde está envolvido no metabolismo de carboidratos, o qual envolve a inibição das enzimas α-glicosidase e α-amilase – enzimas responsáveis pela transformação do carboidrato em glicose. (Eleazu et al., 2015)
Muitos estudos indicam que os benefícios para a saúde humana estão relacionados com sintomas e doenças gastrointestinais, (Cassettari et al., 2019)(Alvarez-Acosta et al., 2009)(G H Rabbani et al., 2010)(G H Rabbani et al., 2004)(Golam H Rabbani et al., 2001)(G H Rabbani et al., 2004)(Dunji et al., 1993)(Best et al., 1984) seguidos do metabolismo glicêmico e de insulina, (Sarda et al., 2016)(Arun et al., 2017)(Dan et al., 2015)(Menezes et al., 2010)(Bahado-Singh et al., 2006) controle de peso e complicações hepáticas e renais associadas com a diabetes. (Eleazu et al., 2015)(Aline Rodrigues da Silva et al., 2016) E importante mencionar que além dos compostos fenólicos, o teor de fibras e de amido resistente são os principais componentes responsáveis pelos efeitos benéficos demonstrados. (Falcomer et al., 2019)
Commiphora wightii (GUGGUL)
O guggul é uma resina oleosa obtida na forma de exsudado através de incisões feitas nas cascas e galhos da arvore Commiphora wightii, a qual é comumente chamada comumente de “arvore guggul”, encontrada nas partes áridas da Índia, Paquistão e Bangladesh.
De acordo com o sistema tradicional de medicina indiano, essa resina vem sendo utilizada desde tempos remotos para vários tipos de tratamentos de obesidade, inflamações, gota, reumatismo e desordens relacionadas ao metabolismo de lipídios. Os textos Ayurvédicos mencionam que a administração do guggul cru (sem purificação) pode levar ao desenvolvimento de erupções cutâneas, desregulação da menstruação, diarreia, dores de cabeça, náuseas e, se utilizado em altas dosagens, toxicidade hepática. Porém, para superar tais efeitos, o próprio sistema ayurvédico, possui vários processos de purificação para o guggul, os quais minimizam os seus efeitos adversos e potencializam suas propriedades terapêuticas. (Sarup et al., 2015)(Joshi et al., 2017)
Estudos fitoquímicos identificaram que o guggul possui um grande número que compostos químicos bioativos, os quais se relacionam intimamente com suas propriedades farmacológicas. Em seu óleo essencial foram identificados monoterpenoides (mirceno, eugenol, geraniol, entre outros),(Saxena et al., 1998) sesquiterpenoides (cadineno),(Saxena et al., 1998) diterpenoides (α-canforeno, cembreno, cembreno-A, entre outros),(Rücker, 1972)(Patil et al., 1973)(Francis et al., 2004) triterpenoides (mirranona A, mirranona B e C, entre outros),(Matsuda et al., 2004b)(Kimura et al., 2001)(Xu et al., 2011)(Hanuš et al., 2005) esteroides (Gugulsterona E/Z, gugulsterol 1, 2 , 3, 4, 5 e 6),(Patil et al., 1972)(Purushothaman et al., 1976)(Bajaj et al., 1982) flavonoides,(Fatope et al., 2003)(Kakrani, 1981) lignanas, (Matsuda et al., 2004a)(Patil et al., 1972)(Francis et al., 2004) açúcares (Bose et al., 1964)(Ali et al., 1967)e amino ácidos. (Satyavati, 1991)
A resina de guggul demonstra efeitos hiperlipidêmicos os quais estão relacionados com o tratamento da obesidade, aterosclerose e vários tipos de artrite. Esses efeitos foram comprovados em experimentos utilizando animais e em testes clínicos com pacientes possuindo obesidade e hipercolesterolemia. (Satyavati, 1988) Esse efeito e creditado a presença das moléculas de guggulsteronas (Z e E) presentes na resina. Nessa esteira, o extrato em acetato de etila da resina e comercializado desde 1988 na Índia como um agente hipolipidêmico devido à presença das guggulsteronas citadas acima. Porém não se pode descartar a possibilidade de outros compostos também atuarem em conjunto com as guggulsteronas. Tal produto já foi alvo de vários estudos clínicos que comprovaram essa atividade. (Satyavati, 1988)(Nityanand et al., 1989)(Verma et al., 1988)(Satyavati et al., 1969)(Baldwa et al., 1981)(Chander et al., 1996)(Yu et al., 2009)
A fração contendo esteroides purificada do guggul exibiu atividade inibidora contra ADP, adrenalina e contra agregação plaquetária induzida por serotonina. Nesse estudo observou-se que as guggolsteronas Z e E purificada exibem as mesmas propriedades da fração esteroidal examinada e que os efeitos das guggolsteronas é muito similar ao efeito inibitório do clofibrato. Esses resultados sugerem que tanto a fração esteroidal quanto as guggolsteronas purificadas podem ser uteis no tratamento do infarto do miocárdio e tromboembolismo. (Mester et al., 1979)(Bordia et al., 1979)
Também foi demonstrado que o extrato etanólico do guggul aumentou a concentração do hormônio tri-iodotironina (T3) bem como a razão entre os hormônios T3 e T4 sem mudanças nas concentrações de tiroxina (T4) sérica. Estudos in vivo demonstraram que a utilização de Z-guggulsterona isolada mostrou um aumento em todas as funções relacionadas a tireoide. (Chaudhary, 2012)
Outras propriedades muito estudas do guggul são sua atividade anti-inflamatória e anti-artrite. Nesse contexto, o extrato em metanol do guggul exibiu atividade anti-inflamatória em ratos possuindo granulomas induzidos por adjuvante. Esse extrato também inibiu o desenvolvimento completo de lesões primarias em artrite induzida por adjuvante e provocou uma redução da severidade de lesões secundárias em comparação com ratos não tratados com o extrato de guggul. (Francis et al., 2004)(Kimura et al., 2001)(Patil et al., 1972)(Chaudhary, 2012)(KK et al., 1960)(Khanna et al., 2007)(Karan et al., 2012)
De acordo com experimentos in vitro envolvendo a inibição de radicais livres, o guggul, mais precisamente as guggulsteronas presentes nessa resina, exibem atividade antioxidante. (Chander et al., 2002)(Bellamkonda et al., 2011) Foi identificado que essa propriedade auxilia na diminuição da oxidação do colesterol e no subsequente endurecimento das artérias. Adicionalmente, esse efeito reduziu a viscosidade das plaquetas e diminuiu o risco de desenvolvimento da doença arterial coronariana. (Mester et al., 1979)
Outras utilizações farmacológicas do guggul, comprovadas cientificamente, referem-se a sua atividade antiaterosclerótica (Xiaosong Wang et al., 2004), atividade cardio protetora (Chander et al., 2003), atividade citotóxica (Zhu et al., 2001)(Zhu et al., 2001)(Xiao et al., 2011), atividade antifertilidade (Amma et al., 1978), atividade antihiperglicêmica (Bellamkonda et al., 2011)(Bhavna Sharma et al., 2009) e atividade antimicrobiana. (A Sharma et al., 2010)(Goyal et al., 2010)(Kalpesh et al., 2010)(Romero et al., 2005)
QUITOSANA
A quitosana é um copolímero constituído por unidades de N-acetil-D-glucosamina e D-glucosamina em várias proporções, porém com unidades predominantes de D-glucosamina. A quitosana pode ser obtida a partir da quitina, um copolímero formado pelas mesmas subunidades que a quitosana, contudo, nesse caso, a subunidade de N-acetil-D-glucosamina é mais abundante.(Hélio S R Silva et al., 2006) A pesquisa cientifica relacionada com as aplicações da quitosana em contextos farmacêuticos é muito intensa, especialmente para o desenvolvimento de cosméticos, (Skjåk-Bræk et al., 1989) (Sandford et al., 1992)(Goosen, 1996)(R A A Muzzarelli et al., 2005)(Riccardo A A Muzzarelli et al., 2002) formação de géis, filmes e membranas de conteúdo polimérico. (Hélio S R Silva et al., 2006) (Nakatsuka et al., 1992)(Kubota et al., 1993)(Phaechamud et al., 2000)(Ginani et al., 1999)(Tonhi et al., 2002) Para uma descrição sobre os estudos relacionados a solubilização bem como as estratégias utilizadas para garantir a síntese de polímeros derivados da quitosana ver: (Hélio S R Silva et al., 2006)
Além das aplicações relatadas acima a quitosana exibe atividade antimicrobiana, a qual se caracteriza pela inibição do crescimento de microorganismos como E. coli (bactéria gram-negativa), S. aureus (bactéria gram-positiva), Salmonella typhimurium, Candida, dentre outros. (Okamoto et al., 2003) De acordo com trabalhos científicos publicados mais recentemente, o mecanismo por trás dessa propriedade está relacionado com características físico-químicas da quitosana e as propriedades da membrana do microrganismo. (Kumar, 2000)(Koide, 1998)(Zheng et al., 2003)
A quitosana assim como a quitina também desempenham um efeito coagulante. Segundo o trabalho de Okamoto, esses polímeros reduzem o tempo de coagulação sanguínea de uma forma dependente da concentração usada, sendo que a quitosana exibe um efeito coagulante mais rápido quando comparada a quitina, (Okamoto et al., 2003) a qual está relacionada a capacidade de também agregar eritrócitos através de interações dos grupos amínicos, carregados positivamente, presentes na quitosana com cargas negativas dos receptores de eritrócitos, os quais possuem resíduos de ácido neuranímico e murâmico carregados negativamente. (Rao et al., 1997) (Okamoto et al., 2003)
Os grupos anímicos também estão envolvidos no efeito analgésico mostrado por outros estudos relativos a quitosana. De acordo com o trabalho de Okamoto et al., esses grupos participam da captura de hidrogênios ácidos e liberação desses átomos nos locais contendo inflamação através de reações de ionização. (Okamoto, 2002)(Hélio S R Silva et al., 2006)
A quitosana também possui uma atividade imunomoduladora a qual resulta na aceleração do processo de cicatrização. Tal propriedade está relacionada ao fato de a quitosana ativar quase exclusivamente macrófagos. Esse processo libera interleucina-1 provocando a estimulação de fibroblastos que, por sua vez, influenciam na estrutura do colágeno. Adicionalmente, esse processo também leva à liberação dos componentes para a biossíntese do ácido hialurônico e outros componentes relacionados a matriz extracelular. (R A A Muzzarelli, 1997)(Hélio S R Silva et al., 2006) Outro estudo evidenciou que a aplicação direta do polímero de quitosana também promove cicatrização se aplicado diretamente no local da inflamação. (Koide, 1998) Quando comparado com o ácido hialurônico a quitosana exibe uma aderência melhor sendo também economicamente mais atrativa. (Skjak-Braek et al., 1989) (Hélio S R Silva et al., 2006)
Outras propriedades observadas na quitosana estão relacionadas ao tratamento da osteoartrite (Gracy, 2003), redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos plasmáticos (Sugano et al., 1978)(MIURA et al., 1995)(Hélio S R Silva et al., 2006) e redução de peso (Hélio S R Silva et al., 2006)(Nagyvary et al., 1979)