Lembrando que todas as partes do nosso corpo têm suas funções muito bem “pensadas” pelo nosso Criador, cada pedacinho do corpo funciona com um pH correto, boca, esôfago, estômago, pedaços do intestino... Se não mastigarmos adequadamente os alimentos, onde já começa uma quebra mecânica e enzimática dos alimentos, ao chegar no estômago este alimento já chega mal processado. Se eventualmente a quantidade de ácido clorídrico do paciente for insuficiente, a digestão das proteínas por exemplo, também não acontecerão de maneira adequada. A maneira de se alimentar também influencia muito na digestão, se o paciente comer rápido, estiver ansioso, trabalhando, de pé, ingerir líquidos em quantidade, pode também influenciar na digestão. ESTÔMAGO SUPPORT CARE contribui para uma melhor digestão, lembrando que um profissional da área de saúde deve ser sempre consultado.
BARDANA (Arctium lappa)
É uma espécie eurasiana de plantas da família Asteraceae cultivada em jardins. Esta espécie é nativa das regiões temperadas do Velho Mundo, Escandinávia, Mediterrâneo, Ilhas Britânicas, Rússia, Oriente Médio, Índia, China, Taiwan e Japão. É naturalizada em quase todos os lugares e geralmente é encontrada, especialmente em solos ricos em húmus e nitrogênio, preferindo a luz solar direta.
O extrato de bardana exibe resposta anti-inflamatória inibindo a degranulação e liberação de cisteinil leucotrienos (Cys-LTs) por células mononucleares sanguíneas (PBMCs). O extrato de bardana também inibiu significativamente o edema agudo da orelha do camundongo devido à resposta alérgica induzida. (Coté et al., 2017) (Rosselli et al., 2012)
A produção excessiva de óxido nitroso (NO) está envolvida em várias doenças inflamatórias como artrite reumatoide, doença autoimune, inflamação crônica e aterosclerose. Petrov et al. demonstraram que os constituintes químicos (Lappaol F, diarctigenina e arctigenina) encontrados nas sementes ou folhas de bardana, inibiram a produção de NO sendo, portanto, podendo ser utilizados no tratamento das doenças relacionadas acima. (Petrov et al., 2016)
(Ivanova et al., 2005), demonstrou que a arctigenina, um ativo composto encontrado nas sementes de bardana, tem a capacidade de erradicar células cancerosas privadas de nutrientes. Adicionalmente, antioxidantes do tipo lavoniod e alguns outros antioxidantes polifenóis ativos, encontrados na raiz de bardana, podem ser responsáveis pelos efeitos supressores sobre metástase de câncer. (Krzyżanowska-Kowalczyk et al., 2021).
Neagu et al. demonstrou que os extratos da raiz de bardana protegem as células de substâncias tóxicas e diminuem as mutações das células. (Neagu et al., 2018)
Foi provado que a lignana total da bardana é um agente antidiabético seguro e pode ajudar a prevenir complicações relacionadas à essa doença. (Sadowska et al., 2019)
(Kruglov, 2007) relatou que o extrato liofilizado das folhas de bardana exibe atividade antimicrobiana contra microrganismos orais e é mais eficaz contra bactérias relacionadas a patógenos endodônticos como: Bacillus subtilis, Candida albicans, Lactobacillus acidophilus e Pseudomonas aeruginosa.
De acordo com (Pielesz et al., 2012), os constituintes da bardana demonstraram atividade antiviral. Os constituintes fenólicos, como ácido cafeico e ácido clorogênico demonstraram forte efeito inibitório contra pesvírus (HSV-1, HSV-2) e adenovírus (ADV-3, ADV-11).
Artemisia vulgaris L. (Artemisia)
Artemisa vulgaris é uma espécie muito conhecida, natural de muitos países como América do Sul, Norte, África, Ásia e Europa.
Durante muitos séculos foi utilizada para tratamento ginecológicos e gastrointestinais (Barney & DiTommaso, 2003; Wichtl, 2004), porém mais recentemente, trabalhos científicos demonstraram que a Artemisia vulgaris tem propriedades antioxidantes, hipolipidêmicas (Afsar et al., 2013), hepatoprotetoras, antiespasmódicas, analgésicas, estrogênicas (Sang-Jun Lee et al., 1998), antibacterianas, antifúngicas, hipotensivas, citotóxicas (ajuda no combate às células cancerígenas) e bronqueodilatadoras (Govindaraj & RanjithaKumari, 2013; Temraz & El-Tantawy, 2008).
Outras aplicações da Artemisia vulgares são possíveis em virtude da presença de, flavonoides (quercetina, luteolina), lactonas sesquiterpênicas, ácidos fenólicos, cumarinas , dentre outros compostos em seus óleos essenciais.
Artemisa vulgaris também é chamada de “a mãe das ervas”, e era usada para aplicações tópicas em feridas, gota, minimizar peso nas pernas e tratar febre (Stoll & Ohlmeyer, 1992).
Outros usos antigos da A. vulgaris: nas esteatoses hepáticas e nas pancreatites (Lonitzer & Uffenbach, 1703), epilepsia e neuroses (Madaus, 1979)
Segundo uma das últimas edições da Farmacopeia Europeia e Francesa, a A. vulgaris está listada como utilização homeopática, indicada para usos de alterações no ciclo menstrual, menopausa, distúrbios nervosos, epilepsia, sonambulismo e ansiedade (Barney & DiTommaso, 2003)
Pires et. al. observaram efeito mediano quanto à analgesia da A. vulgaris, provavelmente induzida pela Rutosida, derivados do Ácido hidroxibenzóico e derivados do Ácido cafeico (Pires et al., 2009).
Artemisia vulgaris inibiu a enzima Monoamina oxidase (MAO) no cérebro, provavelmente pela presença dos flavonoides: jaceosina, eupafolina, luteolina, apigenina, quercetina e cumarinas (Sang-Jun Lee et al., 2000).
A A. vulgaris, tem ação citotóxica, isto é inibição do crescimento de células tumorais MCF7, HeLa, A7R5, 293T, HL-60 e SW-480, pela presença dos componentes dos flavonoides dos óleos essenciais (Jakovljević et al., 2020; Saleh et al., 2014).
Foi observada a ação antifúngica e antibacteriana, Escherichia coli, Salmonella enteritidis, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans, Candida albicans e Aspergillus niger, provavelmente associada com a presença dos óleos: 1,8-cineole, α-thujone e camphene (Blagojević et al., 2006; Obistioiu et al., 2014).
A atividade antialérgica na pele da A. vulgaris também foi estuda e descrita por Olsen et. al. (Olsen et al., 1995).
QUILÁIA (Quillaja saponaria Molina)
Quillaja saponaria Molina é uma árvore nativa do Chile. O crescimento dessas árvores é regionalmente limitado. Com base em requisitos climáticos específicos, as árvores nativas Quillaja saponaria crescem apenas entre as latitudes 30° S e 38° S conforme referenciado por Schlotterbeck e coautores. O nome Quillaja vem da palavra chilena quillean, que significa lavar, e se relaciona à atividade detergente das saponinas de Quillaja. O primeiro extrato de saponina enriquecido de Quillaja saponaria Molina foi obtida por Dalsgaard (1978), que posteriormente denominou este extrato Quil A. Desde então, a demanda por saponinas Quillaja para aplicações industriais aumentou muito devido à sua ampla aplicabilidade nas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica. (Reichert et al., 2019)
Foi observado que a quilaia exibiu uma alta atividade hemolítica requererendo baixas concentrações inibitórias mínimas (0,1 mg/mL) contra Staphylococcus aureus, Salmonella typhimurium e Escherichia coli. (Hassan et al., 2010)
As atividades anti-inflamatórias de extratos de Quillaja ou dos componentes individuais dos mesmos, foram determinados em estudos in vivo com camundongos pré-inflamados por ácido araquidônico ou acetato de 12-O-tetradecanoilforbol-13. O extrato aquoso de saponinas da quilaja administrado aos camundongos mostrou uma eficiência anti-inflamatória apenas ligeiramente menor do que o comumente administrado pela droga indometacina. (Sarkhel, 2016)(Rodríguez-Díaz et al., 2011)
A atividade antiviral foi relatada em uma concentração de 0,01 mg/mL. O extrato de saponinas de quilaia causou, por exemplo, a inativação de 50% do vírus vaccinia em células humanas. Uma taxa de morte celular de 50% foi determinada para células humanas quando 0,9 mg/mL quando extrato de saponina Quilaja foi adicionado. Os autores concluíram que o extrato de saponina de Quilaja interrompeu o envelope e as proteínas do capsídeo viral e, portanto, forneceu as atividades antivirais observadas em baixas concentrações (abaixo dos níveis humanos de toxicidade celular). (Roner et al., 2007)
Dixit et al e Chapagain et al. descreveram atividade antifúngica moderada de saponinas da casca de Q. saponaria contra diferentes espécies de fungos: Alternaria solani (47,5%), Pythium ultimum (59,12%), Fusarium oxysporum (56,11%) e Verticillium dahliae (35,92%), mas não para espécies de Colletotrichum coccodes. (Dixit et al., 2010)(Chapagain et al., 2007)
Também foi observado que as saponinas das cascas de Q. saponaria apresentaram atividade antiparasitária, in vitro, em sistema de fermentação ruminal. (Holtshausen et al., 2009)
As saponinas provenientes da Quilaia também são descritas como agentes terapêuticos para o tratamento e prevenção de doenças cancerígenas. Um dos primeiros estudos a demonstrar o potencial antitumoral das saponinas foi realizado com Quil-A®, onde a fração da planta prolongou a sobrevivência de camundongos com leucemia. Como as saponinas interagem com o colesterol das membranas celulares e, consequentemente, causam danos à membrana, lise celular e necrose, pode-se concluir que as saponinas apresentam alta toxicidade para ser utilizada clinicamente. Contudo, esses efeitos tóxicos podem ser revertidos pela conversão de frações de Q. saponaria em nanopartículas estáveis, ligando-as ao colesterol. (Wang, 2005) (Ebbesen et al., 1976) (Hu et al., 2010)
A. V. Rao et al. demonstrou que o efeito hepatoprotetor da saponina da casca de Quilaia é provavelmente devido à melhora do estresse oxidativo e supressão da expressão da NOS, mantendo a integridade e o funcionamento dos hepatócitos. Nesse contexto, a diminuição dos níveis séricos de TG e TC pode ser explicada pela diminuição da absorção intestinal de colesterol e pela redução dos níveis de colesterol, acompanhada pelo aumento da atividade da HMG-CoA redutase e dos níveis de receptores de LDL no fígado. (Rao et al., 2000)
CAPIM LIMÃO (Cymbopogon citratus)
Também conhecido por capim-santo ou erva cidreira, o capim limão é uma planta herbácea da família Poaceae, nativa das regiões tropicais da Ásia, especialmente da Índia. No Brasil é muito comum que esta planta seja chamada de "erva-cidreira", que é um nome popular também dado à espécie Melissa officinalis.
Os componentes citral (geranial) e citral (renal), isolados do capim limão apresentam atividade antibacteriana tanto contra bactérias gram-negativas quanto gram-positivas. (Orhan et al., 2009)
Stanisavljević et al. demonstrou que o óleo essencial de Cymbopogon citratus possui propriedades antinociceptivas significativas. Tal atividade foi evidenciada utilizando três modelos experimentais distintos de nocicepção (placa aquecida, ácido acético-contorções induzidas e testes de formalina. (Stanisavljević et al., 2009)
Observa-se que os extratos de metanol, MeOH/água, a infusão e a decocção de Cymbopogon citratus possuem efeitos na eliminação de radicais livres. (Thompson, 1998)
A concentração de colesterol foi significativamente reduzida em ratos, quando tratada com extrato etanólico de folhas de Cymbopogon citratus. Contudo esta diminuição mostrou-se dependente da dosagem administrada. (Clifford et al., 2002)
O Citral derivado de C. citratus inibe a inflamação mediadores significativamente e pode ser usado como ingrediente em loções e pomadas para tratar a inflamação tópica. (You et al., 2014)
Os óleos essenciais de capim-limão demonstraram resistência substancial a células fúngicas patogênicas que causam problemas com a produção de micotoxinas no armazenamento de alimentos. As ações inibitórias e sinérgicas também foram observadas contra fungos como pé de atleta, micose, coceira na virilha e infecções fúngicas limitando o desenvolvimento de fungos filamentosos por inativação de células de levedura. (Li et al., 1989) (XU et al., 1986) (P. K. Mukherjee, Das, et al., 1995)
Os seus extratos etanólicos demonstraram alta atividade antiplasmodial contra dois P.cepas falciparum (P. K. Mukherjee, Balasubramanian, et al., 1995)
O Capim Limão também é um componente presente em medicamentos hipoglicemiantes. Tem sido usado tanto na medicina popular quanto na Medicina ayurvédica para controlar glicose, lipídios e gorduras no soro sanguíneo, podendo ajudar a evitar obesidade e hipertensão. (Mehta et al., 2013)
Na forma de sabão de ervas observou-se o tratamento efetivo de coceira e pele inchada com Cymbopogon citratus. (Jae-Joon Lee et al., 2006)
O talo e a folha de capim-limão, quando cozidos juntos, podem ser utilizados contra diarreia. (Pulok Kumar Mukherjee et al., 1995)
O extrato etanólico de capim-limão mostrou efeito antimutagênico contra mutações induzidas em Salmonella yphimurium. (Pulok Kumar Mukherjee et al., 1995)
Extratos aquosos de folhas de Cymbopogon citratus possuem atividade anti-hepatotóxica contra danos hepáticos induzidos por cisplatina em ratos. (Pulok K. Mukherjee et al., 1996)
O extrato bruto de capim-limão exibe atividade anti-helmíntica de maneira dependente da dose aplicada. (Jiang et al., 2010)
Omar et. al. demonstrou que o capim-limão exibe atividade antiácaro contra as seguintes espécies de ácaros:Dermatophagoides farinae (D. farinae) e Dermatophagoides pteronyssinus (D. teronyssinus). (World Health Organization, 1999)
Vazirian et al. demonstrou que beta-mirceno, um componente chave do capim-limão (Cymbopogon citratus) causa analgesia em ratos. (Vazirian et al., 2014)
BAICURÚ (Limonium brasiliense (Boiss.) Kuntze)
Popularmente conhecida como baicuru ou guaicuru, essa planta é nativa do Brasil, ocorrendo naturalmente nos estados do Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro, no litoral, restingas e áreas de mangue. É caracterizada por possuir uma altura de aproximadamente 40 cm de altura, com folhas verticiladas em rosetas, rizomas avermelhados e grossos, flores com corola avermelhada e cálice azulado, e frutos deiscentes. (Sharma et al., 2012)
De acordo com Alonso-Castro et al. essa planta possui vários metabolitos que apresentam atividade antioxidante presentes nos seus extratos de rizoma, o que explica seu uso popular. (Alonso-Castro et al., 2016)
Estudos determinaram que os extratos de rizoma têm propriedades antibacterianas e atividade anti-HSV-1, bem como atividade antiviral, virucida e citotóxica. (Perera et al., 2016) (Al-Attas et al., 2015)
(Selim et al., 2016) relataram a ação deste extrato na redução da adesão das células de Porphyromonas gingivalis às células epiteliais na boca.
LARANJINHA DO MATO (Eugenia myrciantes)
Essa planta é originária da Mata Atlântica nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Se apresenta tanto na forma Arbustiva, com até 1 metro de altura ou na forma Arvoreta, podendo alcançar até 6 metros de altura. Possui adaptação a diversos tipos de solo ou de clima, podendo facilmente crescer em vasos ou diretamente no solo.
Estudos indicaram que Eugenia myrciantes são excelentes fontes de compostos antioxidantes capazes de neutralizar radicais livre. Através de experimentos in vivo, observou-se que a laranjinha do mato apresenta significante propriedades anti- inflamatórias, fato que parece estar relacionado à ação antioxidante de seus extratos etanólicos na eliminação dos radicais livres liberada pelos neutrófilos. Análises fitoquímicas mostraram que compostos bioativos, como por exemplo epicatequina e ácido gálico estao presentes nessa planta em altas concentracoes, os quais podem podem ser os responsáveis por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
(Infante et al., 2016) (LORCA et al., 1995)