DIURETIC DETOX CARE, associado a padrões vibracionais, tem por objetivo principal atuar no tratamento da hipertensão dentre outras patologias como insuficiência renal e cardíaca através da promoção da diurese. Os componentes presentes nesse suplemento são valiosos na terapia dessas patologias e seus fitoquímicos provêm, além da diurese, ações anti-inflamatórias, antioxidantes dentre outras, contribuindo, dessa forma, para um melhor funcionamento do organismo como um todo
Equisetum arvense (CAVALINHA)
Essa planta está distribuída na Ásia, Europa e América do Norte (Canadá e Estados Unidos). Há relatos da sua utilização para tuberculose, como hemostático para menstruação profusa, para hemorragias nasais, para tratamentos pulmonares e gástricos, para unhas quebradiças e queda de cabelo, para doenças reumáticas, gota, feridas mal cicatrizadas, úlceras e para inchaço e fraturas. (Raso et al., 2010)
O extrato aquoso e etanólico das porções do topo e do corpo da cavalinha de campo foram testadas quanto à atividade antioxidante usando quatro métodos diferentes. Observou-se que as frações do extrato etanólico de cada porção são mais ricas em componentes fenólicos totais do que os extratos aquosos e que as frações testadas apresentaram atividades antioxidantes notáveis, semelhantes às do ácido ascórbico 5 mM. (Clifford et al., 2002) Para outro trabalho evidenciando a atividade antioxidante da cavalinha ver: (Zoutewelle et al., 1990)
A atividade antiproliferativa de diferentes extratos de cavalinha (Equisetum arvense) foi estudada nas linhas celulares de câncer humano HeLa, HT-29 e MCF7. Nesse estudo observou-se que a atividade antiproliferativa dos extratos é dependente da linhagem celular, tipo de extrato e da concentração do extrato. O extrato de acetato de etila exibiu o efeito antiproliferativo mais proeminente, sem induzir qualquer estimulação do crescimento celular em linhas de células tumorais humanas. (Woelkart et al., 2005) Para outros estudos descrevendo a ação inibidora de certas células cancerígenas da cavalinha ver: (Pacher et al., 2006)(Tsai, Chiu, et al., 2012) Para um trabalho correlacionando a atividade citotóxica da cavalinha e sua ação antioxidante ver: (Tsai, Chiou, et al., 2012)
O extrato metanólico das partes aéreas da cavalinha apresentou atividade antibacteriana contra Escherichia coli em alta concentração (1g/ml). Também foi observada atividade antimicrobiana contra Staphylococcus epidermidis e Escherichia coli bem como atividade antifúngica contra Aspergillus niger e Candida albicans. Neste trabalho a diluição 1:10 do óleo essencial de Equisetum arvense possuía amplo espectro e atividade antimicrobiana muito forte contra todas as bactérias e fungos testados. (Orhan et al., 2009) Para outro trabalho relacionado com a atividade antibacteriana da cavalinha ver: (Stanisavljević et al., 2009)
A eficácia da aplicação tópica da pomada Equisetum arvense 3% na cicatrização de feridas, redução de inflamação e alívio da dor após a episiotomia foi estudado em mães nulíparas. Um ensaio clínico foi realizado em 108 mães nulíparas pós-parto (54 mulheres no grupo cavalinha e 54 mulheres no grupo placebo grupo). Cerca de 5 ± 1 e 10 ± 1 dias após o parto, os resultados primários da episiotomia (cicatrização e intensidade da dor) foram avaliados com base na vermelhidão, edema, equimose, corrimento e aproximação das bordas escala e uma escala visual analógica (VAS). De acordo com os resultados publicados, a pomada de cavalinha a 3% promoveu a cicatrização de feridas e aliviou a dor durante o período de 10 dias após episiotomia. (Asgharikhatooni et al., 2015) Para outro estudo demonstrando a atividade anti-inflamatória da cavalinha bem como seu efeito antinociceptivo ver: (Do Monte et al., 2004)
O extrato metanólico da cavalinha (50, 100, 250 e 500 mg/kg diariamente por 5 semanas) exibiu atividade antidiabética em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Os resultados desse trabalho mostraram que diferentes doses de extrato metanólico reduziram significativamente a glicose no sangue. Estudos histológicos simultâneos do pâncreas desses animais mostraram regeneração comparável por extrato metanólico que foram anteriormente necrosados por estreptozotocina. (Soleimani et al., 2007)(Safiyeh et al., 2007)
De acordo com Carneiro et al., o extrato seco de Equisetum arvense (900mg/dia) produziu um efeito diurético mais forte do que o do controle negativo utilizado e foi equivalente ao da hidroclorotiazida sem causar alterações significativas na eliminação de eletrólitos. Apenas eventos adversos menores foram relatados. (Carneiro et al., 2014)
De acordo com os estudos de Hyuncheol Oh et al., a onitina e a luteolina isoladas do extrato metanólico de Equisetum arvense possuem propriedades hepatoprotetoras em células Hep G2 derivadas de fígado humano, exibindo valores de EC50 de 85,8 ± 9,3 microM e 20,2 ± 1,4 microM, respectivamente, enquanto a Silybin, usada como controle positivo, apresentou valor EC50 de 69,0 ±3,3 microM. (Oh et al., 2004)
Os efeitos do extrato hidrometanólico de Equisetum arvense foram avaliados na osteoclastogênese humana em vitro. O extrato reduziu o desenvolvimento e a função dos osteoclastos humanos, tanto em culturas de células precursoras de osteoclastos e em culturas de células osteoclásticas e osteoblásticas. Ao estudar o efeito do extrato hidrometanólico sobre comportamento de células da medula óssea humana para modulação osteoblástica in vitro, o extrato promoveu resposta, evitando o risco de infecção na interface biomaterial/osso pelo sistema de entrega local. (Bessa Pereira et al., 2012)
LAUHA SHILAJIT (MUMIJO)
Shilajit ou Mumijo é um pó marrom-escuro ou um exsudato de rochas de alta montanha, frequentemente encontrado no Himalaia , Karakoram , Nepal, Butão, Rússia , Irã , Mongólia e no sul do Peru , onde é chamado Shilajit andino.
Um estudo no International Journal of Alzheimer's Disease observou que o shilajit é tradicionalmente usado para longevidade e retarda o envelhecimento. Seus compostos podem ajudar a controlar distúrbios cognitivos em doenças neurológicas. Também se observou que o ácido fúlvico, um dos principais compostos do Shilajit, atua como um composto antioxidante e anti-inflamatório. Como tal, pode ajudar a reduzir os radicais livres e os danos celulares no corpo, que são dois fatores-chave no envelhecimento (Carrasco-Gallardo et al. 2012).
A ampla gama de minerais e compostos encontrados no Shilajit também pode ajudar a combater vírus, observado em vários estudos, incluindo vírus do Herpes.(Cagno et al., 2015)
Os pesquisadores observaram que o Shilajit pode ajudar a melhorar as funções das células no corpo, o que significa que pode reduzir a fadiga na origem do problema e aumentar os níveis de energia naturalmente (Surapaneni et al., 2012)
Shilajit também se mostra promissor na luta contra certos tipos de células cancerígenas. Um estudo descobriu que o Shilajit ajudou a forçar a destruição de células cancerígenas no fígado (Pant et al., 2016)
Parece que o Shilajit também pode proteger o coração. Um estudo recente usando ratos, observou os efeitos protetores que o Shilajit tem no coração. Os animais que foram tratados com Shilajit antes da lesão cardíaca tiveram menos danos ao coração do que aqueles que não receberam shilajit.(Joukar et al., 2014)
Um estudo no Journal of Medicinal Food Trusted Source observou que as pessoas obesas que tomaram um suplemento oral de Shilajit purificado, responderam melhor ao exercício do que aquelas que não o fizeram. Os pesquisadores notaram que o Shilajit parecia ativar genes no corpo que ajudavam os músculos esqueléticos a se adaptarem rapidamente a novos treinos. Isso pode significar menos fadiga e mais força ao longo do tempo. (Das et al., 2016)
O Shilajit também foi estudado para aumentar a fertilidade masculina. Um estudo deu a 60 homens inférteis Shilajit duas vezes ao dia durante 90 dias. Após o período de teste, quase metade dos homens que completaram o tratamento mostraram um aumento tanto na contagem total de espermatozóides, quanto na motilidade dos mesmos. Outro estudo publicado no Journal of Medicinal Food Trusted Source analisou a capacidade do Shilajit de aumentar os níveis de testosterona em voluntários saudáveis. Homens entre 45 e 55 anos receberam Shilajit por 90 dias onde no final deste período, os pesquisadores notaram aumentos significativos nos níveis de testosterona total (Biswas et al. 2010).
Hibiscus sabdariffa (HIBISCUS)
Essa planta pertence à família Malvaceae e é amplamente distribuída e cultivada em todo o mundo em regiões tropicais e subtropicais, incluindo China, Tailândia, Indonésia, Egito, Sudão, Arábia Saudita, Taiwan, Vietnã, Nigéria e México, entre outros, porém é nativo da Índia e da Malásia. Os principais usos do hibiscus são culinários, mas também é utilizado como fonte de pigmentos para aplicações cosméticas e alimentícias, e medicinais na medicina popular para o tratamento de muitas doenças.
Em geral, os efeitos terapêuticos do hibiscus têm sido associados à presença de componentes bioativos e funcionais, como ácidos fenólicos, flavonoides, antocianinas, ácidos orgânicos e fibra alimentar.
As propriedades antioxidantes do extrato de hibiscus foram investigadas por sequestro de radicais 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH•), 2,2'-Azinobis-(3-etilbenzotiazolino-6-sulfônico) (ABTS+) e através de muitos outros experimentos. Essas propriedades antioxidantes têm sido associadas principalmente à presença de ácidos fenólicos, flavonoides e antocianinas presentes em seus extratos. (Mercado-Mercado et al., 2015)(. et al., 2005)(Ademiluyi et al., 2013)(Abba P Obouayeba et al., 2014)(Suleiman et al., 2015)(Pérez-Torres et al., 2019)(Al-Yousef et al., 2020)
Os efeitos anti-hipertensivos do hibiscus foram estudados utilizando o ensaio inibitório da enzima conversora de angiotensina (ECA). Além disso, a atividade anti-hipertensiva do extrato de hibiscus também foi realizada na aorta de ratos, exibindo efeito vasorrelaxante. Em relação ao potencial antidiabético do hibiscus, ensaios inibitórios de α-amilase e α-glicosidase têm sido utilizados para avaliar a bioatividade. Nesse contexto, Adedayo et al. mostraram que um extrato aquoso de hibiscus pode inibir enzimas envolvidas na digestão de carboidratos, atribuída à presença de compostos fenólicos de maneira dose-dependente.
No que se refere a citotoxicidade do hibiscus, Hosseini et al. demonstraram que o extrato diminuiu significativamente a apoptose celular após 24 h de exposição de forma dose-dependente. Tal atividade foi associada principalmente à capacidade do extrato de hibiscus de reduzir o estresse oxidativo. (Ojeda et al., 2010)(Zheoat et al., 2019)(Ademiluyi et al., 2013)(Hosseini et al., 2017) Para outros estudos demonstrando a habilidade anticancerígena do hibiscus ver: (Su et al., 2018)(Khaghani et al., 2011)
As propriedades antibacterianas do extrato metanólico de hibiscus foram avaliadas pelo método de difusão em disco contra várias bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, incluindo Staphylococcus aureus, Bacillus stearothermophilus, Micrococcus luteus, Serratia mascences, Clostridium sporogenes, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Bacillus cereus, fluorescência de Pseudomonas e Listeria monocytogenes. Além disso, a atividade antifúngica foi avaliada contra Candida albicans, C. glabrata, C. guilliermondii, C. krusei, C. parapsilosis, C. tropicalis, Aspergillus parasiticus e Aspergillus flavus através do teste de concentração inibitória mínima. Segundo os autores, as propriedades antimicrobianas são atribuídas à presença de compostos fenólicos. Por outro lado, Joshi et al. demonstraram que a decocção aquosa de cálices de hibiscus exibiu propriedades antivirais contra hepatite A, calicivírus felino e norovírus murino de maneira dose-dependente. Nesses últimos casos a atividade antiviral do extrato de cálice de hibiscus foi atribuída ao efeito sinérgico de polifenóis e ácidos orgânicos. (Tolulope, 2007)(Joshi et al., 2015)(Hassan et al., 2016)
Segundo vários trabalhos científicos, os extratos de hibiscus administrados a 500 mg/kg de peso corporal (pc) mostraram efeitos protetores contra danos neuronais. Isso foi associado às propriedades antioxidantes dos fitoquímicos e sua capacidade de ativar os sistemas de defesa antioxidantes endógenos no cérebro. Além disso, foi relatado que o extrato de hibiscus (100 a 400 mg/kg pc) exibiu propriedades sedativas (semelhantes ao diazepam) em ratos induzidos por apomorfina de maneira dose-dependente. Esses resultados sugeriram que o extrato de hibiscus contém compostos fitoquímicos capazes de interferir no sistema de neurotransmissão dopaminérgico, semelhantes aos agentes antipsicóticos. (Owoeye et al., 2017)(Mezni et al., 2020)(Amos et al., 2003)(Gulsheen et al., 2019) (Seung et al., 2018)
As propriedades hepatoprotetoras do extrato aquoso dos cálices do hibiscus foram investigadas em ratos Wistar injetados com 2,4-dinitrofenilhidrazina. Nesses trabalhos observou-se que nas doses de 100 a 200 mg/kg pc, o extrato de hibiscus apresentou efeitos hepatoprotetores, inibindo a toxicidade do DNPH e normalizando a concentração de T-BIL e D-BIL de forma dose-dependente e semelhante à observada com o uso de drogas comerciais. Esses efeitos foram atribuídos à presença de gossipetina, quercetina, sabdaretina, hibiscetina, delfinidina 3-O-sambubiósido cianidina 3-O-sambubiósido e suas propriedades antioxidantes. Tendências semelhantes foram relatadas em uma hepatotoxicidade induzida por tetracloreto de carbono e em ratos após administração de hibiscus nas doses de 0,25 mg/kg pc e 50 mg/kg pc, respectivamente. (Abba Obouayeba et al., 2014)(Usoh et al., 2012)
A atividade antidiabética do hibiscus foi estudada em ratos diabéticos induzidos por aloxana e estreptozotocina (STZ). Em geral, os extratos aquosos mostraram efeitos hipoglicêmicos e antioxidantes após 21 dias de administração de forma dose-dependente, enquanto o extrato hidroalcoólico reduziu a glicemia na dosagem de 300 mg/kg pc. Além disso, foi relatado que a suplementação diária com 100 mg/kg por 28 dias melhorou significativamente a morfologia do fígado em ratos diabéticos induzidos por STZ. Adicionalmente, a administração de um extrato enriquecido com polifenóis do hibiscus (100 mg/kg por 28 dias) melhorou o dano do estresse oxidativo no coração de ratos diabéticos. Esses efeitos antidiabéticos do hibiscus estão associados principalmente às propriedades antioxidantes de seus fitoquímicos. (Aba et al., 2014)(Haidari et al., 2020)(Nazratun Nafizah et al., 2017) (Yusof et al., 2020) Para um estudo das propriedades anti-hipersulinemicas do hibiscus ver: (Bunbupha et al., 2012)
As propriedades antiobesidade do hibiscus foram relatadas em ratos sob dietas ricas em gordura e em frutose. O extrato aquoso de cálices secos de hibiscus exibiu propriedades hipocolesterolêmicas em ratos hipercolesterolêmicos em doses de 500 e 1000 mg/kg pc diariamente por seis semanas. Por outro lado, em ratos saudáveis, o extrato aquoso de hibiscus (200 mg/kg pc) reduziu os níveis de colesterol total, aumentando o teor de lipoproteína de alta densidade (HDL). Além disso, o extrato metanólico do cálice de HS (100 a 800 mg/kg pc) diminuiu significativamente o colesterol sérico e aumentou as enzimas marcadoras hepáticas (fosfatase alcalina (ALP), alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST)) em uma dose resposta dependente em comparação com o grupo controle. Como evidenciado acima, esses efeitos foram atribuídos aos abundantes fitoquímicos antioxidantes nos extratos de HS. (Amaya-Cruz et al., 2019)(Hirunpanich et al., 2006)(Chukwu et al., 2017)(Emmanuel et al., 2018)(Nnanna et al., 2018)(Nnamonu et al., 2013)(Olatunji et al., 2005)
O extrato aquoso dos cálices de hibiscus reduz significativamente a pressão arterial em ratos hipertensos. Rodríguez-Fierros et al. relataram que o extrato aquoso de cálices hibiscus na concentração de 2 g/L melhorou a função renal em um modelo de rato com síndrome metabólica ao reduzir o estresse. (Nurfaradilla et al., 2019)(Rodríguez-Fierros et al., 2021)
Bayani et al. relataram que os extratos de hibiscus (a 500 mg/kg pc) exibiram propriedades anti-inflamatórias potentes em ratos e preveniram deficiências de memória espacial. (Agbai et al., 2014)(Bayani et al., 2018)
As propriedades gastroprotetoras de extratos aquosos de cálices de hibiscus foram investigadas em ratos com úlcera gástrica induzida por indometacina. Huseini et al. demonstraram que o extrato de hibiscus (a 800 mg/kg pc) reduziu significativamente o índice de úlcera gástrica (GUI de 8,2) em comparação com o grupo controle (GUI de 22,9). Este efeito pode estar associado às propriedades antioxidantes das antocianinas, como demonstrado em ratos com lesão gástrica induzida por etanol. (Fallah Huseini et al., 2015)(Chun Ying Li et al., 2008)
As pétalas do hibiscus são amplamente utilizados na terapia não farmacológica para prevenir ou controlar diversas doenças crônicas não transmissíveis associadas às suas propriedades anti-hipertensivas, antidislipidêmicas, hipoglicêmicas, antianêmicas, nefroprotetoras, antioxidantes, antixerostômicas, anti-inflamatórias e efeitos de redução na massa de gordura corporal. (Elkafrawy et al., 2020)
BROMELINA
A Ananas comosus, nome popular abacaxi, é uma planta herbácea, tropical, monocotiledonea pertencente à família Bromiliaceae e a subfamília Bromeliodeae, a qual possui cerca de 2794 espécies e 56 gêneros diferentes. (Wali, 2019)(Bartholomew et al., 2003) Possui a habilidade de se adaptar a diferentes condições climáticas que variam de climas quentes e secos para climas amenos e úmidos. (Purseglove, 1972) Adicionalmente, o abacaxi é uma fonte de vários nutrientes incluindo potássio, cálcio, vitamina C, folato, cobre, glicanos, fibras entre outros.(Wali, 2019) Possui baixas quantidades de gordura e é uma ótima fonte de carboidratos (85% de sua porção solida). (Hulme, 1971)(Rasid, 1987)(Hossain et al., 2015)(Mateljan, 2007) Historicamente o abacaxi vem sendo utilizado medicinalmente por vários povos ao longo de muitos anos devido ao seu alto teor de bromelina-seu componente terapêutico mais bem estudado e utilizado.(Wali, 2019)
A bromelina é um conjunto de enzimas proteolíticas (atuam na quebra de ligações peptídicas) que podem ser obtidas comercialmente do abacaxi. (Pavan et al., 2012) Essa mistura enzimática é composta por endopeptidases contendo o grupo funcional químico “tiol” e outros componentes como fosfatases, glucosidases, peroxidases, celulases e vários inibidores de proteases. (Pavan et al., 2012) A bromelina também possui uma capacidade alta de ser absorvida pelo corpo sem perder sua função proteolítica e sem produzir efeitos colaterais. (Pavan et al., 2012)
Muitos estudos demonstram que a bromelina possui várias propriedades farmacológicas, demonstrando efeitos significativos relacionados com a circulação e o sistema cardiovascular. Foi demonstrado que a bromelina minimiza os sintomas da angina e do ataque isquêmico transitório (AIT). Essa mistura pode também ser usada no tratamento de tromboflebite e no controle do colesterol, uma vez que promove a quebra das placas de colesterol. Adicionalmente, foi constatado que a bromelina exerce uma atividade fibrinolítica expressiva e que uma combinação da bromelina com outros nutrientes foi capaz de proteger o músculo esquelético contra lesões de isquemia/reperfusão. (Pavan et al., 2012)(Neumayer et al., 2006) Outros estudos demonstram que a suplementação de bromelina pode diminuir fatores de risco que levam ao desenvolvimento de doenças cardíacas. (Secor Jr et al., 2005)(Juhasz et al., 2008)
Também foi demonstrado que uma combinação de bromelina, tripsina e rutina exerceu um efeito comparável ao diclofenaco em 103 pacientes possuindo osteoartrite no joelho. Nesse estudo foi demonstrado que após 6 semanas houve uma redução na dor e inflamação. (Akhtar et al., 2004) Para outros trabalhos relacionados ao efeito contra artrite ver: (Brien et al., 2004)(Mojcik et al., 1997)(Bodi, 1966)(Kumakura et al., 1988)(Cohen et al., 1964)
A bromelina também possui um efeito positivo na coagulação sanguínea. Nesse contexto, tanto experimentos in vitro quanto in vivo evidenciaram que a bromelina é um agente fibrinolítico efetivo o qual estimula a conversão de plasminogênio para plasmina. Esse processo consiste num aumento de fibrinólise através da degradação de fibrina. (De-Giuli et al., 1978)(Steven J Taussig et al., 1988)
Essa mistura enzimática também age contra patógenos intestinais como Vibrio cólera e Escherichia coli. Nesses casos é sugerido que a bromelina interage com secretores intestinais e sinalizadores dependentes de cálcio. (TRACEY L Mynott et al., 1997) Outros estudos utilizando somente a bactéria Escherichia Coli sugerem que a bromelina exerce esse efeito por outro mecanismo, o qual previne a bactéria de se ligar a receptores de glicoproteína específicos localizados na mucosa intestinal. (Chandler et al., 1998)(T L Mynott et al., 1996)
Estudos recentes também mostram que a bromelina possui a capacidade de modificar caminhos relacionados à malignidade de tumores. De acordo com Chobotova et al. a atividade anticancerígena da bromelina é devido a modulação do sistema imune, inflamatório, homeostático bem como um impacto direto das células cancerígenas e seu microambiente. (Chobotova et al., 2010) Para estudos mais detalhados sobre os efeitos anticancerígenos da bromelina ver: (Báez et al., 2007)(S J Taussig et al., 1985)(Tysnes et al., 2001)(Mantovani et al., 2008)(Ferris et al., 2007)(Perwez Hussain et al., 2007)(Wang et al., 2007)
Para outras propriedades da bromelina e detalhes relacionados aos seus mecanismos de ação ver: (Pavan et al., 2012)
Syzygium aromaticum (CRAVO DA ÍNDIA)
O cravo da índia pertence à família Myrtaceae e nativo das ilhas Maluku, Indonésia, porém, recentemente, devido a processos de cultivo, essa planta pode ser encontrada em várias partes do globo. (El-Saber Batiha et al., 2020)(Cortés-Rojas et al., 2014)(Batiha, Beshbishy, Tayebwa, Shaheen, et al., 2019) De acordo com estudos fitoquímicos, há nessa planta a presença de compostos fenólicos, flavonoides, derivados de ácido gálico como taninas hidrolisáveis, ácidos, ácidos hidroxicinamicos, eugenol (seu maior constituinte), entre outros. (Cortés-Rojas et al., 2014)(Shan et al., 2005)(Neveu et al., 2010) 18% de seu óleo essencial está contido nas suas flores, o qual possui em sua composição eugenol, acetato de eugenol e β-cariofileno. (Jirovetz et al., 2006)
O extrato etanólico do cravo da índia exibiu atividade hepatoprotetora em um estudo envolvendo dano causado por paracetamol. (Nassar et al., 2007) Além disso o extrato também exibiu atividade antimicrobiana contra vários microorganismos, em especial Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis. (Essawi et al., 2000) De acordo com o estudo publicado por Jirovetz et al., o extrato das flores dessa planta demonstrou atividade antibacteriana contra Bacillus e Sarratia marcencens, (Jirovetz et al., 2006) a qual está relacionada aos vários constituintes bioativos presentes no cravo da índia com destaque para o eugenol, timol, carvacrol e cinamaldeído. (Nejad et al., 2017)(Pei et al., 2009)
Também foi relatado que o óleo essencial do cravo da índia possui efeitos afrodisíacos, antipiréticos, hipnóticos, ansiolíticos, antieméticos, analgésicos, decongestantes, antiepilépticos, miorelaxantes, anti-inflamatórios, expectorantes e contra desordem trófica. (Han et al., 2017)(Elwakeel et al., 2007) As taninas, ácido elágico, ácido gálico, flavonoides e seus glicosídeos isolados dos extratos alcoólicos e aquosos possuem efeitos antitrombóticos, antiprotozoários, hipoglicêmicos, anti-inflamatórios, gastroprotetores, e eficácia afrodisíaca. (Beshbishy et al., 2019)(Batiha, Beshbishy, Tayebwa, Adeyemi, et al., 2019)(Ahmad et al., 2004)(Issac et al., 2015)(Johannah et al., 2015) Adicionalmente, o cravo da índia vem sendo utilizado para o tratamento de flatulência, indigestão e diarreia. (Hochenegg, 2010)
Camellia sinensis (CHÁ VERDE)
A Camelia sinensis L. Kuntze e uma arvore que pode atingir cerca de 16 metros de altura, sendo que suas folhas (suas partes de maior interesse) são obtidas durante o final de março/começo de abril até o mês de julho todo ano. (Reygaert, 2017)(Aboulwafa et al., 2019) É de suas folhas que extraímos o chá verde, um produto extremamente consumido no mundo inteiro por várias culturas. Em países do continente asiático, o chá verde representa cerca de 20% do consumo total de bebidas devido principalmente a seu baixo custo e suas significantes propriedades farmacológicas, as quais são alvo de intensa pesquisa cientifica, tanto em modelos animais quanto testes clínicos em seres humanos, por mais de 30 anos. (Reygaert, 2017)(Aboulwafa et al., 2019) Nesse contexto, pode-se destacar as propriedades bioativas do chá verde são devidas ao perfil complexo de fitoquímicos presentes nessa planta. (Reygaert, 2017)(Aboulwafa et al., 2019)
De acordo com a revisão sistemática da literatura publicada por Aboulwafa et. Al. o chá verde possui diversas classes de compostos químicos, as quais incluem polifenóis, alcaloides, proteínas, minerais, vitaminas e aminoácidos. Tais compostos são cruciais para que atividades farmacológicas como anticancerígena, antioxidante, anti-hipercolesterolemia, antimicrobianas dentre outras sejam exibidas significativamente por essa planta. (Reygaert, 2017)(Aboulwafa et al., 2019)
Dentre as classes de compostos químicos presentes nessa planta, os polifenóis (catequinas) é a classe que mais se relaciona com as propriedades farmacológicas exibidas pela Camelia sinensis. Essa classe compreende dentre 80 a 90% do teor total de flavonoides presentes no chá verde e cerca de 40% dos sólidos solúveis em água do chá verde. (Anandh Babu et al., 2008; Roowi et al., 2010) Porém, esses compostos podem variar de acordo com a região e com as condições de cultivo empregadas. (Lantano et al., 2015; Liu et al., 2015; Lin et al., 2003; Cabrera et al., 2006; Fernández et al., 2002)
Essa vasta gama de compostos bioativos e responsável por várias propriedades farmacológicas, o que justifica o uso do chá-verde desde tempos antigos. Os principais efeitos dessa planta incluem uma expressiva atividade antioxidante, relacionada intimamente com seu teor de compostos polifenólicos, taninas e cafeína, (Yokozawa et al., 1997) atividade anticancerígena contra vários tipos de câncer (Shankar et al., 2013)(Khan et al., 2013) através de vários mecanismos,(Sharma et al., 2012)(Luo et al., 2014)(Cerezo-Guisado et al., 2015)(Roychoudhury et al., 2018)(Shirakami et al., 2009)(Gupta et al., 2000)(Ma et al., 2014)(Lu et al., 2012); atividade antidiabética através da: melhora relacionada com a resistência à insulina (Serisier et al., 2008), melhora no metabolismo de glicose (Sundaram et al., 2013), promoção da secreção de insulina (Wang et al., 2015) dentre outras. (Zhong et al., 2016); atividade antibactericida (Yee et al., 2000) incluindo efeitos benéficos relacionados a saúde oral (Kushiyama et al., 2009)(Kudva et al., 2011)(Fournier-Larente et al., 2016)(Ignasimuthu et al., 2019); atividade antiviral (Jiang et al., 2010); atividade neuro protetora (Haque et al., 2008) e atividades relacionadas ao sistema imune (Wong et al., 2011)
Além dos efeitos relatados acima, o chá verde também exibe uma atividade farmacológica benéfica relacionada com a hipertensão. Estudos mostram que o chá verde possui uma atividade diurética significante quando utilizado isoladamente ou em conjunto com hidroclorotiazida, uma droga amplamente empregada no tratamento de hipertensão em pacientes possuindo isquemia cardíaca. Adicionalmente, e digno de nota mencionar que o chá verde reduziu significantemente a perda de potássio em estudos com animais (Chakraborty et al., 2014) e na dose de 70 mg/Kg a sua atividade diurética e equivalente a furosamida.(Susilowati, 2019)