Nos dias atuais, é mandatório que desequilíbrios do Colesterol e suas frações, trazem efeitos deletérios ao sistema. Pensando em auxiliar as alterações metabólicas envolvidas no processo, alguns fitoterápicos foram selecionados pela sua eletividade na área hepática, como ações hepatoprotetoras, hepatomoduladoras e notável ação antioxidante. Algumas saponinas favorecem sobremaneira nas arterioscleroses, pela atividade lipolítica, protegendo o sistema da oxidação dos lipídeos.
Gossypium herbaceum (CASCA DO ALGODOEIRO)
O algodoeiro pertence à família Malvaceae e é amplamente distribuído nos trópicos e sub-trópicos. Desde a antiguidade é amplamente utilizado na medicina popular para tratamentos de asma brônquica e de doenças de pele e infecções. O estudo fitoquímico desta planta revela a presença de diversos compostos quimicos bioativos, dentre eles: alcalóides, carboidratos, flavonóides, glicosídeos, saponinas, esteróides, taninos, terpenóides. O estudo farmacológico desta planta apresenta diversas propriedades destacando-se as atividades: antibacterianas, anticonvulsivantes, , antidepressivas, antidiabéticas, antifertilidades, anti-helmínticas, antioxidantes, anti-venenosas, anti-helmínticas anti-espermatogênicas, antitumorais, antiúlceras, antiepiléptica, cicatrizatórias e antivirais. Adicionamente o algodeio pode ser utilizado como abortivo, anticoncepcional e diurético. (2013) (Chan et al., 2011) (Wang et al., 2007) (Lin et al., 2000) (Knipping et al., 2008) (Miyamoto et al., 1993)
As sementes de algodão são usadas como analgésico, como tônico nervoso para o tratamento de dor de cabeça e enxaqueca além de serem usadas como antidoto para veneno de cobra. Existem relatos de que as decocções da semente também foram aplicadas contra febre. Adicionalmente, as sementes e flores também foram aplicadas com sucesso para o tratamento de queimaduras e para tratar desinteria.(Perazzo et al., 2005)(Desmarchelier et al., 2000) (Felzenszwalb et al., 1987)
As flores do algodoeiro exibem propriedades diuréticas. Suas folhas embebidas em vinagre foram utilizadas para o tratamento da dor de cabeça. Dentre as propriedades relatadas ressalta-se que a casca da raiz, desprovida de tanino, é adstringente, anti-hemorroidal, pode ser usada como vasoconstritor. Também existem relatos do seu uso como um contraceptivo masculino. (Felzenszwalb et al., 1987)(Lopes et al., 2013) (LORCA et al., 1995)
xistem relatos de que a decocção da raiz foi usada para o tratamento de asma, diarreia e disenteria. A casca da raiz foi usada para estimular a secreção do leite materno. (Ropke et al., 2003)(Infante et al., 2016)
Os extratos etanólicos e etílicos das folhas de G.herbaceum (200mg/kg) apresentaram redução significativa do nível de glicose no sangue em ratos diabéticos induzidos por aloxana. Esses resultafos indicam que os extratos de algodoeiro apresentaram atividade antidiabética provavelmente devido à presença de constituintes químicos como flavonóides, taninos e alcalóides.(Awale et al., 2006)
Piper umbellatum (PARIPAROBA)
Pariparoba é uma planta de origem brasileira utilizada tradicionalmente como analgésico, agente diurético, antiespasmódico, e no tratamento de uma variedade de doenças, incluindo inflamações, doenças cardiovasculares, malária, asma e doenças gastrointestinais. (Perazzo et al., 2005)
Desmarchelier et al. demonstrou que a pariparoba possui uma potente propriedade anti-inflamatória em estudos realizados contra o edema induzido por carragenina em ratos. (Desmarchelier et al., 2000) (Perazzo et al., 2005)
Felzenszwalb et al. estudou extratos de P. umbellata os quais mostraram importante atividade antifúngica contra T. Rubrum. (Felzenszwalb et al., 1987)
O extrato etanólico formado pelas partes aéreas de Pothomorphe umbellata L. e de seu composto majoritário, 4-nerolidilcatecol possui um significativo potencial antioxidante. Considerando o extrato bruto aquoso-etanólico preparado a partir das partes aéreas de Pothomorphe umbellata L observou-se, além de seu notável efeito antioxidante, uma baixa citotoxicidade. A partir dessas conclusões, pode-se afirmar que. os extratos de Pothomorphe umbellata L. amplamente utilizados na medicina folclórica constituem um remédio natural seguro e eficaz. (Lopes et al., 2013)
Os estudos realizados por Ropke et al. demonstram que P. umbellata pode ser usado com sucesso como foto-agente protetor uma vez que o tratamento tópico realizado com P. Umbellata inibiu a degradação de α-tocoferol após exposição à irradiação UV. (Ropke et al., 2003)
Medicago sativa (ALFAFA)
A planta madura de M. sativa é caracterizada por uma forte raiz principal, a qual pode eventualmente ultrapassar 6 m ou mais de comprimento. Sua coroa, tem atividade meristemática perene, produzindo brotos que se desenvolvem em caules. Suas folhas se formam alternadamente no caule, e as folhas secundárias e caules terciários podem se desenvolver a partir das axilas das folhas primárias. As suas flores variam em cor, roxas, variegadas, amarelas, creme e brancas são as colorações mais comum. Após a polinização, essas flores mais comumente produzem vagens de sementes em forma de espiral. (Sowndhararajan et al., 2018)
Estudos relataram que as saponinas presentes no caule e folhas de alfafa diminuem as concentrações plasmáticas de colesterol sem alterar a concentração de colesterol de lipoproteína de alta densidade. Também foi evidenciado que ocorreu diminuição da absorção intestinal de colesterol, aumento na excreção de esteroides neutros e ácidos biliares e indução da regressão da esclerose aterosclerose. (Coe, 2020)
M. sativa quando fornecida na dieta (6,25% em peso) e na forma infusão (1 g/400 mL) reduziu o nível de hiperglicemia induzida. (Luu et al., 2015)
O extrato metanólico de M. sativa mostrou atividade estrogênica significativa através de um ensaio de proliferação de células de câncer de mama MCF-7. Nessa pesquisa o extrato estudado mostrou ligação competitiva significativa ao estrogênio receptor β (ER). (Çiftçi et al., 2022)
O extrato das folhas de M. sativa foi usado no tratamento de sintomas da menopausa neurovegetativa em mulheres. Ondas de calor e sudorese noturna desapareceram completamente com o tratamento de extrato de M. Sativa. Níveis basais de estradiol, hormônio luteinizante, hormônio folículo estimulante, prolactina e hormônio estimulador da tireoide foram inalterados. As conclusões desse estudo forma que M. sativa possui uma ação antidopaminérgica central leve sem efeitos colaterais. (Jiang et al., 2002)
Em um experimento in vitro, polissacarídeos isolados de M. sativa exibiram atividade imunopotenciadora aumentando a captação de linfócitos de camundongo de [3H] timidina. (Johnston et al., 2013)
Através de vários estudos a atividade antimicrobiana de saponinas isoladas de M. sativa contra leveduras medicamente importantes, bactérias Gram-positivas e negativas foram evidenciadas com sucesso. Adicionalmente atividade antifúngica discreta também foi observada, principalmente contra Saccharomyces cerevisiae. (Parilli-Moser et al., 2021)
Componentes polissacarídicos refinados de M. Sativa demonstraram inibir as atividades de transcriptase do HIV e protease do HIV. (Saeedi-Boroujeni et al., 2021)
Saponinas isoladas das partes aéreas de M. Sativa demonstraram estimular a atividade lipolítica sem influenciar a atividade amilolítica e proteolítica de Neo-Pancreatinum. (Bhat et al., 2021)
O pré-tratamento com extrato de M. Sativa reduziu o tamanho do infarto cerebral. Além disso, a M. sativa exibiu atividade antioxidante através da eliminação direta dos radicais livres gerados contra um radical estável 1,1-difenil-2-picrilhidrazil e radicais de ânion superóxido gerados em fenazina. (Yu et al., 2021)
O efeito do extrato aquoso liofilizado de Medicago sativa contra o estresse oxidativo induzido por clorofórmio e lesão hepática foi estudado em ratos. O pré-tratamento com alfafa por três semanas antes da administração de clorofórmio preveniu significativamente a aumento dos níveis séricos de marcador hepático, níveis de LDL, VLDL e redução do estresse oxidativo indicado por proteína sulfidrila e concentração de proteína total. O exame histopatológico dos fígados também mostrou que a extrato de alfafa reduziu a incidência de lesões hepáticas induzidas por clorofórmio. (Al-Dosari, 2012)
Curcuma zedoaria (ZEDOÁRIA)
Originária da Ásia, Índia, China e Japão, bem aclimatada no Brasil, tendo como nome científico Curcuma zedoaria (Christm.) Roscoe, também chamada de falso açafrão. Suas principais indicações são: anti-inflamatória, antidispéptica, antiespasmódica, imunoestimulante, hepatoprotetora, hipolipemiante, antifúngica, antisséptica, analgésica, cicatrizante, expectorante, antitussígena e antitumoral.
(Pamplona et al., 2006), constatou que os seus rizomas são ricos em terpenóides, isto é popularmente conhecido como expectorante, diurético, colagogo, rubefaciente, hepatoprotetor, muito utilizado no tratamento de gastrite e como profilático em odontologia (Rana et al., 1992).
(Yoshioka et al., 1998), 1998, obteve resultados muito interessantes em artrite crônica, pela Deidrocurdiona ser capaz de inibir a atividade da ciclooxigenase e formação de radicais livres.
(Syu et al., 1998), demonstrou que a Curcumina, Demetoxicurcumina, Curculonol e outros, foram citotóxicos contra células cancerígenas de ovário humano.
(Ficker et al., 2003), encontraram resultados satisfatórios antifúngicos, frente os microsganismos, Candida albicans, Tricophyton mentagrophytes e Aspergillus niger.
Casearia sylvestris Sw (BUGRE)
Peres et al. demonstrou que o extrato parcialmente purificado da planta inteira mostrou um efeito antiviral inibitório sobre o vírus herpes simplex tipo 1. (Peres et al., 2009)
Considerando somente extratos metanólicos dos ramos e folhas dessa planta, observam-se atividade citotóxica contra células cancerígenas.(Patriota et al., 2021)
De acordo com os trabalhos de de Siqueira Patriota et al., o bugre apresenta propriedades cardiotônicas quando utilizado em experimentos in vivo utilizando coelhos e cobaias como modelo. (de Siqueira Patriota et al., 2017)
Na forma de chá e tinturas para auxiliar na perda de peso corporal. De Siqueira Patriota et al. e Gabriela Cavalcante da Silva et al. demonstraram que a infusão das folhas também é indicada para diurese, como inibidor de apetite e para redução de gordura localizada e celulite. (de Siqueira Patriota et al., 2022) (da Silva et al., 2022)
Foi demonstrado que o bugre é utilizado também para alívio da tosse, regulação da função renal, redução do ácido úrico e para cicatrização de feridas externas. (Cavalcante da Silva et al., 2021).
Verrengia et. al demonstraram que Cordia salicifolia Cham reduziu lipídeos plasmáticos, porém sem ação antiobesidade efetiva. (Asgarpanah et al., 2012)