ARTICULARE CARE, associado a padrões vibracionais, possui como objetivo principal atuar contra patologias associadas ao sistema ósseo, principalmente no tratamento relacionado à osteoartrite. Os componentes presentes nesse medicamento atuam na manutenção da integridade óssea, na preservação de níveis adequados do líquido sinovial, na diminuição da dor, claudicação e sintomas subjetivos associados às alterações articulares. Essa atividade benéfica está relacionada, dentre outras, com as propriedades anti-inflamatórias desses componentes, as quais modulam vias de sinalização pró-inflamatórias, reduzindo a expressão de citoquinas entre outros efeitos. Além de estarem relacionados intimamente com o tratamento de patologias ósseas, esse conjunto de componentes também apresenta atividades antioxidantes e anticancerígenas significativas.
Uncaria tomentosa (UNHA DE GATO)
A unha-de-gato é uma planta nativa das florestas da América Central e do Sul, milenarmente utilizada pelos povos da Amazônia Peruana e Brasileira. Essa planta é uma vinha de madeira e seu nome é proveniente dos espinhos largos em forma de gancho que prolongará ao longo da vinha e envolvimento a planta unha-de-gato. Os registros mais antigos são de que os INCAS foram os primeiros a isolar os princípios ativos dessa planta arbustiva a qual se caracteriza como uma das plantas medicinais peruanas de maior importância.
A atividade antiviral de seis glicosídeos de ácido quinóvico de U. tomentosa foi testada contra duas infecções por vírus RNA (vírus da estomatite vesicular e rinovírus 1B) em células CER e HeLa, respectivamente. Um efeito inibitório contra a infecção por VSV foi observado para todos os seis glicosídeos testados em valores de MIC50 de 20-60 mg/l. (R. Aquino et al., 1989)
Vários extratos da casca da raiz da unha de gato e suas frações foram testados quanto à atividade anti-inflamatória através da indução de edema de pata de rato por carragenina. Nesse estudo um novo glicosídeo de ácido quinóvico (ácido quinóvico-3-β-O-(β-d-quinovopiranosil)-(27→1)-β-d-glucopiranosil éster) foi isolado como um dos princípios ativos o qual reduziu a resposta inflamatória em 33% a 20 mg/kg p.o. Porém não se pode descartar que o forte efeito anti-inflamatório dos extratos possa ser devido a uma combinação de compostos presentes nos extratos analisados. (Rita Aquino et al., 1991)
O teste de Ames (teste de Salmonella/microssoma de mamífero) com e sem ativação metabólica foi utilizado para avaliar o potencial mutagênico de extratos de U. tomentosa. A atividade antimutagênica foi estudada na fotomutagênese induzida por 8-metoxipsoraleno e irradiação UV-A em Salmonella typhimurium. Foi demonstrado que os extratos e frações da casca de U. tomentosa não apresentaram efeito mutagênico em várias cepas de S. typhimurium, mas sim atividade antimutagênica protetora in vitro contra a fotomutagênese. Uma decocção de U. tomentosa ingerida diariamente por 15 dias por um fumante diminuiu a mutagenicidade da urina desse paciente. (Rizzi et al., 1993)
Os alcaloides oxindoles pentacíclicos de U. tomentosa inibiram o crescimento de células leucêmicas HL60 e U-937. Os valores de IC50 estavam na faixa de 10−5 a 10−4 mol/l. O efeito mais pronunciado foi encontrado para uncarina F. Adicionalmente, foi observada seletividade entre células leucêmicas e normais. (Stuppner et al., 1993)
Metilsulfonilmetano (MSM)
Tradicionalmente, a via NF-κB é considerada uma via de sinalização pró-inflamatória responsável pela regulação positiva de genes que codificam citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão. Nesse contexto, vários estudos, através de experimentos in vitro, indicaram que o MSM inibe a atividade transcricional do fator nuclear NF-κB dependente da dose utilizada, resultando na regulação negativa do mRNA para interleucina (IL)-1, IL-6 e fator de necrose tumoral-α (TNF-α)..(Joung et al., 2016)(Kim et al., 2009)(Kloesch et al., 2011)(Christian et al., 2016)(Lawrence, 2009)(Ahn et al., 2015)(Oshima et al., 2007).
O efeito antioxidante do MSM foi notado pela primeira vez quando a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) estimulada por neutrófilos foi suprimida in vitro. Porém, não houve atividade antioxidante em sistemas de células livres. Esses resultados sugerem que o mecanismo antioxidante atua na mitocôndria e não no nível químico. (Dan Dunn et al., 2015)(Beilke et al., 1987) Para outros estudos evidenciando a atividade antioxidante do MSM ver: (Karabay et al., 2014)(Liu et al., 2011)
O MSM é comumente integrado a outros agentes antiartríticos, incluindo glucosamina, sulfato de condroitina e ácido boswéllico. Como mencionado anteriormente, vários estudos in vitro sugerem que o MSM exerce um efeito anti-inflamatório através da redução da expressão de citocinas. Resultados semelhantes foram observados com MSM em modelos animais com artrite induzida experimentalmente. Além disso, o MSM em um suplemento combinatório com glucosamina e sulfato de condroitina reduziu efetivamente a proteína C reativa (PCR) em ratos com artrite reumatoide aguda e crônica induzida experimentalmente. (Kim et al., 2009)(Kloesch et al., 2011)(Ahn et al., 2015)(Oshima et al., 2007)(Amiel et al., 2008)(Arafa et al., 2013)
O MSM também é eficaz na redução de outras patologias inflamatórias em humanos. O MSM demonstrou ser eficaz para quatro em cada seis pacientes que sofrem de cistite intersticial. Além disso, o MSM também é sugerido para aliviar os sintomas da rinite alérgica sazonal. Embora a redução da inflamação sistêmica induzida pelo exercício por MSM tenha sido observada, estudos em humanos não exploraram os efeitos inflamatórios diretamente na cartilagem ou na sinóvia, como visto na inflamação reduzida da sinovite em camundongos que receberam MSM. (Childs, 1994)(Barrager et al., 2003)(Barrager et al., 2002)(van der Merwe et al., 2016)(Moore et al., 1985)
De acordo com o trabalho publicado por Barmaki et al., o MSM é mencionado como um agente eficaz contra a dor muscular devido aos seus efeitos anti-inflamatórios, bem como à sua possível contribuição de enxofre para o tecido conjuntivo. Adicionalmente, esse estudo mostrou que o dano muscular induzido pelo exercício de resistência foi reduzido com a suplementação de MSM, conforme medido pela creatina quinase. (Barmaki et al., 2012)
ESQUALENO
O esqualeno é um triterpeno intermediário na via de biossíntese do colesterol. Esse composto químico é amplamente distribuído na natureza, com quantidades razoáveis encontradas em azeite, óleo de palma, óleo de gérmen de trigo, óleo de amaranto e óleo de farelo de arroz. É o principal componente dos lipídios poli-insaturados da superfície da pele, apresenta algumas vantagens para a pele como emoliente/antioxidante e para a hidratação. Também é usado como material em veículos aplicados topicamente, como emulsões lipídicas e carreadores lipídicos nanoestruturados (NLCs). (Huang et al., 2009)
De acordo com Kelly et al., o esqualeno não é muito suscetível à peroxidação e parece funcionar na pele como um inibidor do oxigênio singlete, protegendo as superfícies da pele humana da peroxidação lipídica devido à exposição à luz UV e outras fontes de dano oxidativo. (Kelly, 1999)
Evidências experimentais in vitro indicam que o esqualeno é um agente sequestrante de oxigênio altamente eficaz exibindo, dessa forma, propriedades antioxidantes. Após o estresse oxidativo, como a exposição à luz solar, o esqualeno funciona como um eficiente inibidor de oxigênio singlete e evita a peroxidação lipídica correspondente na superfície da pele humana. Kohno et al. relataram que o esqualeno não é particularmente suscetível à peroxidação e é estável contra radicais de peróxido, sugerindo que é improvável que a reação em cadeia da peroxidação lipídica seja propagada com níveis adequados de esqualeno presentes na superfície da pele humana.
Aioi et al. estudaram os efeitos do esqualeno na geração do ânion superóxido (O2-) em ratos a fim de elucidar o mecanismo pelo qual esse composto diminui o eritema induzido por pomada de lauroilsarcosina. Nesse estudo evidenciou-se que o ânion superóxido foi significativamente reduzido pela adição de esqualeno a concentração de 100 μg/mL. Esses resultados sugerem que um possível papel do esqualeno para aliviar a irritação da pele é pela supressão da produção do ânion superóxido. (SAINT‐LEGER et al., 1986)(Kohno et al., 1995)(Aioi et al., 1995)
Durante os últimos anos, o esqualeno mostrou atividades protetoras contra vários agentes cancerígenos. Estudos in vitro relataram que camundongos tratados com 5% de esqualeno apresentaram redução de 26,67% na incidência de tumores comparados com o grupo controle utilizado. Em outro estudo um efeito protetor foi observado quando o esqualeno foi administrado antes e/ou durante o tratamento cancerígeno. Adicionalmente, estudos experimentais mostraram que o esqualeno pode efetivamente inibir a tumorigênese da pele quimicamente induzida em roedores. (Senthilkumar et al., 2006)(Senthilkumar et al., 2006)(Smith, 2000)
Coelhos ateroscleróticos apresentaram maior fibrose e ativação endotelial e menor celularidade na mucosa gengival que o grupo controle. O hidroxitirosol reduziu a ativação endotelial e o esqualeno reduziu adicionalmente a fibrose. Os resultados sugerem que as alterações vasculares gengivais após a dieta aterosclerótica foram revertidas pelo hidroxitirosol e esqualeno, produtos naturais da fração menor do azeite virgem. (Bullon et al., 2009)
O esqualeno também exerce efeitos positivos relacionados a doenças cardiovasculares. Como o esqualeno é um precursor na biossíntese de colesterol, há a possibilidade desse composto exercer um efeito hipocolesterolêmico, o qual inibe a enzima HMG-CoA redutase, conforme observado em estudos científicos. É importante ressaltar que o esqualeno exibe propriedades cardioprotetoras devido sua atividade antioxidante significativa. Nesta área vários estudos em animais oferecem suporte a utilização do esqualeno contra doenças cardíacas. Porém mais estudos em humanos devem ser realizados para a confirmação e tais evidências. (Ibrahim et al., 2021)
Perna canaliculus (GREEN LIPPED)
Perna canaliculus é um molusco bivalve pertencente à família Mytilidadae nativo da Nova Zelândia. (Coulson et al., 2015) Esse molusco é comercializado sob o nome de “mexilhão greenshellTM” (GSM) e vários produtos terapêuticos como Lyprinol® são produzidos a partir do GSM. (Abshirini et al., 2021)(Brien et al., 2008) Seus extratos são compostos por proteínas (55-60%), carboidratos (5-15%), glicosaminoglicanos (5-15%), minerais (5%), agua (0,5-4%), vitaminas (A, D3, B12), ácidos graxos, esteroides e fosfolipídios. (Ulbricht et al., 2009)(Whitehouse et al., 1997)(Coulson et al., 2015) Quando utilizado na forma de pó ou como extrato de óleo o GSM possui atividades benéficas relacionadas a redução da dor, inflamação, melhora nos sintomas relacionados a doenças inflamatórias como artrite reumatoide sem causar os efeitos colaterais presentes das drogas não esteroidais anti-inflamatórias. (Abshirini et al., 2021)(Cho et al., 2003)(Gibson et al., 1998) De acordo a revisão sistemática da literatura publicada por Abshirini et al., os extratos de GSM são recomendados para pacientes possuindo osteoartrite que procuram um meio alternativo para redução da dor com poucos efeitos colaterais gastrointestinais. (Abshirini et al., 2021)(Brien et al., 2008)
Muitos estudos foram conduzidos no intuito de identificar os metabólitos bioativos presentes em várias frações do green lipped, porém a(s) fração(ões) responsável(eis) pelas propriedades terapêuticas provenientes desse mexilhão ainda não foram completamente elucidadas, mas as maiores classes de metabólitos encontrados na carne do mexilhão, peptídeos, carboidratos e lipídios, demonstraram várias atividades antimicrobianas, anti-inflamatórias, antioxidantes e anti-hipertensivas. (Grienke et al., 2014)(Aldairi et al., 2021)(Coulson et al., 2015)
GLICOSAMINA/CONDROITINA
A glicosamina é um aminossacarideo precursor naturalmente pelo corpo a qual e utilizada como precursor para a síntese de glicoproteínas e lipídios. (Barclay et al., 1998) O sulfato de glucosamina, um suplemento alimentar, emergiu nos últimos anos como uma opção alternativa para pacientes que possuem osteoartrite. (da Camara et al., 1998) Uma das vantagens relacionadas com sua utilização é a quase inexistência de efeitos colaterais sérios bem como a reversão ou a neutralização do progresso da osteoartrose.
De acordo com poucos estudos a aplicação desse suplemento prove alívio com relação a dor e melhora a mobilidade em pacientes possuindo osteoartrite. Porém estudos mais detalhados devem ser realizados para a comprovação final de seus benefícios assim como seu mecanismo de ação relacionado a osteoartrite. (da Camara et al., 1998)(Júnior et al., 2013)
A condroitina e um polissacarídeo glicosaminoglicano relacionado com a inibição da degradação e restauração de tecidos cartilaginosos. É também um suplemento nutricional vendido comumente com a glucosamina e utilizado, como opção alternativa, para o tratamento de osteoartrite. (Singh et al., 2015)
De acordo com uma revisão sistemática completa realizada Singh JA et al., a condroitina, utilizada sozinha ou em combinação com a glucosamina, demonstrou uma redução na dor em pacientes possuindo osteoartrite em comparação ao grupo placebo, em estudos de curto prazo. Porém muitos desses dados detinham baixa qualidade, fazendo com que não fosse possível determinar a real contribuição da condroitina para redução da dor em pacientes possuindo osteoartrite. (Singh et al., 2015) Outra revisão indica que estudos detalhados relacionados ao uso tanto da glucosamina quanto da condroitina para o tratamento de osteoartrite são necessários para a comprovação de sua utilidade em tal tratamento. (Júnior et al., 2013)
ÁCIDO HIALURÔNICO
O ácido hialurônico e um biopolímero que ocorre naturalmente em mamíferos. Basicamente, sua estrutura consiste em duas unidades de açúcar, ácido glicorônico e N-acetil-glicosamina polimerizadas em macromoléculas que contêm cerca de 30000 dessas unidades básicas repetidas. Através de sua viscosidade, elasticidade e outras propriedades reológicas, essa substância age como lubrificante, como fluido absorvedor de impactos além de exercer efeitos relacionados à atividade celular. (Goa et al., 1994; Selyanin et al., 2015) O ácido hialurônico foi descoberto em 1934 e desde então vem sendo intensamente estudado e vastamente aplicado em vários campos relativos à área médica. (Price et al., 2007) Dentre suas utilizações vale destaque para sua aplicação com uma ferramenta viscoelástica para cirurgias oftalmológicas. Nessa esteira, já foi muito bem estabelecido que o ácido hialurônico facilita a execução de procedimentos e protege o endotélio da córnea em cirurgias de cataratas. Outros poucos trabalhos científicos também descrevem seus efeitos positivos com relação a ceroplastia penetrante, trabeculectomia, recolocação da retina bem como cirurgia de trauma. (Goa et al., 1994) Para outras aplicações do ácido hialurônico relacionado com a oftalmologia ver: (Radaeva et al., 1998)(Goa et al., 1994)(Peck et al., 2009) Para uma fonte excelente de informações sobre as estruturas tridimensionais, propriedades e métodos de preparação do ácido hialurônico ver: (Selyanin et al., 2015)
Além de suas aplicações relacionadas com oftalmologia, o ácido hialurônico também possui utilizações importantes relacionadas com a artrologia. Nesse contexto, observa-se que os pacientes com osteoartrite apresentam uma taxa de produção e concentração de ácido hialurônico presente no líquido sinovial da ordem de 2 a 3 vezes menor quando comparados a pessoas saudáveis. (Endke A Balazs et al., 1967) Dessa forma, ocorre um aumento nas fricções das superfícies cartilaginosas além da destruição da cartilagem e tecido ósseo. (Matveeva, 2007)(Vo et al., 2013)(Lee et al., 2013) Nesse contexto, já foi demonstrado que a aplicação de ácido hialurônico ajuda a promover a recuperação das propriedades do liquido sinovial, causa a supressão da síntese de citoquinas e prostaglandinas anti-inflamatórias, ativa processos anabólicos e reduz processos catabólicos nos tecidos cartilaginosos. (Radaeva et al., 1998)(Tobetto et al., 1992)(Kalashnikov et al., 2021)(Moskowitz, 2007)(Endre A Balazs, 2003)(Selyanin et al., 2015) Além disso, produtos baseados no ácido hialurônico ou combinações entre ácido hialurônico e outros componentes, como por exemplo glicosamina, são utilizados para o tratamento de osteoartrose e, diferentemente de drogas anti-inflamatórias não esteroidais, ajudam na recuperação do tecido cartilaginosos e cessam a síndrome da dor. (Selyanin et al., 2015) Para artigos científicos relacionados ao mecanismo envolvido nesse processo ver: (Wang et al., 2006)(Hall, 2005)(Nagano et al., 2004)(Knudson et al., 2004)(Von Der Mark et al., 1977)(Nikolaeva et al., 2002)(Selyanin et al., 2015)
O ácido hialurônico também é utilizado em tratamentos oncológicos. Nesse contexto, ácidos hialurônicos de alta massa molecular se ligam a receptores celulares na membrana celular do tumor resultando numa diminuição da migração celular e da metástase. (Turley et al., 1991)(Kennedy et al., 2002)(Delpech et al., 1997) Dessa forma o ácido hialurônico pode ser utilizado como um inibidor do crescimento cancerígeno e da formação de metástase. (Radaeva et al., 1998) Outro mecanismo se relaciona com a habilidade do ácido hialurônico inibir a vascularização tumoral, resultando também numa diminuição do crescimento cancerígeno e da formação de metástase. (Rooney et al., 1995)(Delpech et al., 1997) O ácido hialurônico também aumenta o efeito de drogas anticâncerigenas convencionais. (Kennedy et al., 2002) Para outros trabalhos relacionados com a expressiva atividade anticancerígena do ácido hialurônico ver: (Turley et al., 1991)(Kennedy et al., 2002)(Louderbough et al., 2011)(Okamoto et al., 2001)(Barinskiĭ et al., 1999)(Lesley et al., 1998)(Bajorath, 2000)
O ácido hialurônico não possui efeitos alérgicos bem como ações que levam a irritações. Porém esse biopolímero exibe propriedades anti-inflamatórias e bio-estimulantes que levam a aceleração de processos de regeneração. Dessa forma, o ácido hialurônico em combinação com outras drogas e usado para acelerar a cicatrização de queimaduras, úlceras e procedimentos cirúrgicos. (Selyanin et al., 2015) Nesse contexto, devido a habilidade dos fragmentos de menor massa molecular do ácido hialurônico penetrar a barreira epidérmica da pele, essa macromolécula vem sendo utilizada como transportador de compostos bioativos. (Peck et al., 2009)(Brown et al., 1999)(Maytin et al., 2004)
Esse biopolímero também possui utilização no tratamento de condições imunodeficientes associadas a doenças virais. Nesse contexto o mecanismo de ação do ácido hialurônico está associado com o bloqueio de vários fatores inflamatórios a nível molecular. (Puré et al., 2001)(Radaeva et al., 1998) Para outras utilizações do ácido hialurônico ver: (Selyanin et al., 2015)
Colágeno tipo II (UC-II)
O colágeno tipo II e um componente essencial da matriz extracelular do tecido cartilaginoso, de importância crucial na formação óssea endocondral e da função normal das juntas ósseas. (Gordon et al., 2010) Além de suas funções associadas a artrologia o colágeno tipo-II também e necessário para o desenvolvimento normal e das funções dos olhos e do ouvido interno. As desordens relacionadas a falta de colágeno tipo II englobam a displasia esquelética, manifestações relacionadas aos olhos, como por exemplo cataratas, miopia, subluxação do cristalino, hemorragias vítreas e deslocamento de retina. Outros efeitos relacionados com a falta do colágeno tipo-II incluem a deficiência auditiva e características orofaciais. (Gregersen et al., 2019)(Nishimura et al., 2004)(Kannu et al., 2012)(Spranger et al., 2018)(Terhal et al., 2015)(Savarirayan et al., 2019) Para uma descrição detalhada das patologias relacionadas com a deficiência em colágeno tipo-II ver: (Gregersen et al., 2019)
Pesquisas pré-clínicas relatam que o colágeno tipo-II parece ajudar na manutenção da integridade das articulações através de tolerância oral. (Bagchi et al., 2002) Quando consumido, o colágeno tipo-II ativa células imunológicas, transformando células T em células regulatórias T (Treg), as quais secretam mediadores anti-inflamatórios incluindo citoquinas, fator de transformação beta, interleucina 4 e interleucina 10 levando a redução de inflamações nas juntas e reparo no tecido cartilaginoso. (Lerman et al., 2015)(Tong et al., 2010) Para mais estudos relacionados com a proteção de juntas ósseas pelo colágeno tipo-II e indução de tolerância oral ver: (Asnagli et al., 2014)(Bagchi et al., 2002)(Bagi et al., 2017)
Vários estudos elucidaram que a utilização de colágeno tipo-II melhora a mobilidade e flexibilidade através da prevenção do sistema imunológico de atacar e danificar a cartilagem articular. (Sieper et al., 1996)(Trentham et al., 1993)(Gencoglu et al., 2020) Nessa esteira, estudos utilizando cães com artrite mostraram que a suplementação continua de colágeno tipo-II reduziu a dor em geral e após exercícios físicos bem como a claudicação sem efeitos adversos. Após utilizar colágeno tipo-II por 90 dias, a suplementação foi suspensa e os animais voltaram a apresentar claudicação e dor durante atividade física. (Deparle et al., 2005) Em outro estudo, a utilização de colágeno tipo-II sozinho ou em combinação com glicosamina e condroitina provocou uma melhora expressiva nos sintomas relativos a artrite quando comparados com a utilização de glicosamina e condroitina apenas. (d’Altilio et al., 2007) Estudos em ratos também mostraram que a utilização de colágeno tipo-II provocou uma melhora nos sintomas relativos à artrite. (Matveeva, 2007)(Yoshinari et al., 2015)
BORO QUELATO
O boro é um elemento bioativo relacionado a importantes processos bioquímicos em humanos animais e plantas. (Forrest H Nielsen et al., 2011)(Khaliq et al., 2018) Esse elemento é requerido para o crescimento normal de plantas, animais e seres humanos (Fort et al., 1999)(Fort et al., 2002)(Rowe et al., 1999)(Eckhert et al., 1999)(Lanoue et al., 1999) além de participar nos processos de redução do risco de artrite. De acordo com um estudo clínico publicado por Newman et al., houve melhora nos sintomas associados à artrite (menos dor e melhor movimento) em pacientes que utilizaram suplementação de boro em sua dieta quando comparados a pacientes que fizeram uso de placebo. (Travers et al., 1990) Em outro estudo mais recente, envolvendo pacientes com artrite leve, moderada e severa, também houve a constatação de que a suplementação de boro ajuda a aliviar os sintomas subjetivos da artrite. Nesse teste, em 8 semanas 80% dos participantes do teste reduziram ou eliminaram a utilização de analgésicos e sua mobilidade aumentou significativamente nesse tempo de estudo. Contudo esse estudo não indicou comparações com grupos placebo. (Miljkovic et al., 2009) Nessa esteira, estudos em animais e culturas de células sugerem que baixas concentrações de boro pode aumentar o risco de inflamações crônicas associadas com a artrite. (Hunt et al., 1999)(Hunt, 2003)(Armstrong et al., 2003)(Mohamed Benderdour et al., 1997)(M Benderdour et al., 1998)(Scorei et al., 2010)(Cao et al., 2008)
Outras funções do boro no organismo se relacionam ao crescimento e manutenção da integridade óssea (Hunt et al., 1994)(Forrest H Nielsen et al., 2009)(Gorustovich et al., 2008b)(Gorustovich et al., 2008a)(Uysal et al., 2009)(Hakki et al., 2010)(Gorustovich et al., 2006)(Xie et al., 2009)(Haro Durand et al., 2010), redução do risco de desenvolvimento cancerígeno (Cui et al., 2004)(Wade T Barranco et al., 2004)(W T Barranco et al., 2006)(Wade T Barranco et al., 2007)(Carper et al., 2007)(Gallardo-Williams et al., 2004)(Elegbede, 2007), resposta imunológica (Forrest H Nielsen et al., 2011), facilitação hormonal (Hunt, 1989)(Hegsted et al., 1991)(Bai et al., 1996)(Naghii et al., 1997)(Forrest H Nielsen, 1996)(Sheng, Janette Taper, et al., 2001)(Sheng, Taper, et al., 2001)(Forrest H Nielsen et al., 1992)(Armstrong et al., 2001)(Forrest H Nielsen et al., 1999)(Bakken et al., 2003)(Forrest H Nielsen, 1994), funções do sistema nervoso central (Penland, 1995)(Penland, 1998)(Penland et al., 1993)(Forrest H Nielsen et al., 2006), inflamação e modulação do estresse oxidativo. (Sato et al., 1978)(Schummer et al., 1994)(Hütter et al., 1967) (F H Nielsen et al., 2004) (Bourgeois et al., 2007)(Bai et al., 1997) (Forrest H Nielsen et al., 2011) Adicionalmente, a formação de boroesteres com moléculas de ribose está presente em várias reações importantes envolvendo, por exemplo, a S-adenosilmetionina (SAMe) e o dinucleotideo de nicotinamida e adenina oxidado (NAD+), o que pode explicar muitas de suas funções relacionadas a processos bioquímicos. (Forrest H Nielsen et al., 2011)