O AKUTE CARE CAPS adicionado de padrões vibracionais, colabora através das propriedades dos fitoquímicos contidos em sua fórmula, na modulação dos processos inflamatórios. É sabido que sem os processos inflamatórios o corpo não consegue se restabelecer, e ou conter a presença de bactérias, vírus, fungos e parasitas, mas quando extremamente exacerbados, a homeostase acaba ficando mais lenta. Ajudar este contexto é a função do AKUTE CARE
Andrographis paniculata (CHUAN XI LIAN)
O gênero Andrographis pertence à família Acanthaceae, a qual possui cerca de 40 espécies. Porém, somente algumas plantas dessa família possuem utilização na medicina popular dentre as quais a A. paniculata é a planta mais importante. (Akerele et al., 1991) A A. paniculata é nativa das penínsulas da Índia e Siri Lanka, mas também está distribuída por regiões diferentes do Sudeste da Asia, China, América, Caribe e Ilha do Natal. Suas partes aéreas e suas raízes têm sido amplamente utilizadas na medicina tradicional da China, Índia, Tailandia e nos países do sudeste da Asia. (Lattoo et al., 2006) (Li et al., 2007) Os estudos fitoquímicos mostraram que essa planta contém diversos compostos bioativos incluindo lactonas diterpênicas, flavonoides dentre outros. (Mishra et al., 2007) (Khare, 2008) (Okhuarobo et al., 2014)
Estudos revelaram que o extrato aquoso e a proteína arabinoglactana, a qual foi isolada dessa planta, exibem atividade antibacteriana contra Bacillus subtilis, Escherichia Coli e Pseudomonas aeruginosa. Também foi identificado que tanto o extrato aquoso quanto a proteína possuem atividade anti-viral contra Candida albicans. (Singha et al., 2003). O extrato aquoso quando combinado com o extrato metanólico das folhas também exibiu um efeito anti-inflamatório relacionado com a indução da liberação de mediadores pro-inflamatórios (NO, IL-1β e IL-6) bem como mediadores inflamatórios (PGE2 e TXB2) e mediadores alérgicos (LTB4), porém nenhuma inibição da liberação de histidina foi observada. (Chandrasekaran et al., 2010) Para estudos relacionando o efeito anti-inflamatório da A. Paniculata com compostos específicos isolados dessa planta ver: (Chandrasekaran et al., 2011) (Parichatikanond et al., 2010) (Liu et al., 2008)
Ainda considerando o extrato aquoso dessa planta e o composto isolado andrografólido, observou-se uma atividade antioxidante expressiva a qual foi constatada pela redução dos níveis de oxidação lipídica e pelo aumento da quantidade de enzimas antioxidantes. Nesse estudo também foi considerado o extrato metanólico da planta o qual exibiu inibição de radicais livres entre 45,67% e 53,82%. Através desses resultados, acredita-se que diterpenos isolados das folhas secas dessa planta sejam os responsáveis pela atividade antioxidante. (Neogy et al., 2008)(Akowuah et al., 2006)(Akowuah et al., 2009)
O extrato etanólico e diterpenos purificados (andrografólido e neoandrografólido) da A. paniculata exibiram uma estimulação expressiva na produção de anticorpos. As preparações dessa planta também estimularam respostas imunes não-especificas através do índice de migração de macrófagos, bem como a fagocitose da leucina-14C marcada. Contudo essa atividade imunomoestimulante foi menor nos compostos isolados do que no extrato de etanol da planta, sugerindo que outros compostos devem estar envolvidos nesse processo de estimulação. (Puri et al., 1993) (Kumar et al., 2004)
Várias frações de extratos da A. paniculata (metanol, éter de petróleo e diclorometano) inibiram a proliferação de células cancerígenas do colón (HT-29). Dos compostos presentes nas frações estudas somente o andrografólido inibiu a proliferação das células de câncer utilizadas no estudo. Esses resultados estão alinhados com os resultados presentes em outros estudos, os quais demonstraram que o andrografólido possui atividade citotóxica contra o carcinoma epidermioide humano e células de leucemia linfocitica. (Siripong et al., 1992) Para outros estudos relacionando a atividade citotóxica e a A. paniculata ver: (MATSUDA et al., 1994) (Jada et al., 2007) (Chong Xu et al., 2012)
Vários compostos químicos isolados do extrato alcoólico das partes aéreas da A. paniculata foram capazes de reduzir os fenótipos indicativos de nefropatia diabética em células do tipo MES-13. (Meng-Jen Lee et al., 2010) Para outro estudo da atividade antidiabética do extrato aquoso da A . paniculata ver: (Husen et al., 2004)
Além das propriedades medicinais relacionadas acima, essa planta também possui registros bem documentados de atividades antiprotozoárias (Chong Xu et al., 2012), inseticidas (Misra et al., 1992) (Dua et al., 1999), antiinfecção (Caceres et al., 1999), antiangiogênicas (Sheeja et al., 2007), hepato e renal protetivas (Singha et al., 2007), modulatórias de proteínas do fígado (Chien et al., 2010) e de hormônios sexuais. (Sattayasai et al., 2010)
Baccharis dracuncufolia (PRÓPOLIS VERDE)
A Baccharis dracunculifolia é popularmente conhecida como “vassourinha”, “alecrim do campo” ou “alecrim de vassoura”, e está espalhada pelas regiões sul do Brasil, mas também em países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Essa planta é pertencente ao gênero Baccharis, uma subtribo Baccharidinae (Asteraceae) e está amplamente difundida na América do Sul, possuindo cerca de 500 espécies. A polinização dessas árvores é realizada principalmente por abelhas Apis mellifera. (Moise et al., 2020)
Os extratos de folhas de Baccharis dracunculifolia possuem efeito anti-inflamatório, antibacteriano, imunomodulador, antigenotóxico e antimutagênico. Os principais compostos quimicos bioativos isolados desta planta são a bacarina, artepillina C e ácido cumárico os quais são responsáveis por efeitos anticancerígenos, relacionados contra o câncer de mama e próstata. (Akao et al., 2003) (Filho et al., 2010) (Menezes, 2005) (Lemos et al., 2010) (Bachiega et al., 2013) (Endo et al., 2014) (Pereira et al., 2016) (Roberto et al., 2016) (Penning, 2017) (de Figueiredo-Rinhel et al., 2019) (Menezes, 2005)
De acordo com Lemos et al. o extrato hidroalcóolico obtido de partes aéreas de B. dracunculifolia é eficaz para o tratamento de úlcera. Os resultados desse trabalho mostraram que doses de 50, 250 e 500 mg/kg de extrato bruto de B. dracunculifolia diminuíram significativamente o índice de lesão, a área total da lesão e a porcentagem da lesão em comparação com os grupos controle. Utilizando o modelo de secreção gástrica, esse estudo revelou reduções no volume de suco gástrico e acidez total, além do aumento do pH gástrico. Esses resultados levaram os autores a concluir que B. dracunculifolia poderia ser um ingrediente potencial em preparações fitoterápicas para o tratamento de úlceras gástricas. (Lemos et al., 2010)
De acordo com Osés et al., os polifenóis, uma das principais classes de compostos bioativos presentes na própolis, possuem uma estrutura química capaz de eliminar efetivamente os radicais livres. Nessa esteira, os flavonóides da própolis tambem foram identificados como poderosos antioxidantes, capazes de eliminar os radicais livres e, assim, proteger as membranas celulares contra a peroxidação lipídica. (Osés et al., 2016)
A própolis também apresenta importante atividade antibacteriana e antifúngica, as quais independem de sua origem geográfica. A ocorrência dessa propriedade se dá principalmente pela presença de complexos efeitos sinérgicos entre os flavonoides, ácidos fenólicos e seus derivados.(Sawaya et al., 2004)(Koru et al., 2007)
A influência de extratos de própolis verde tendo B. dracunculifolia, B. erioclada e Myrceugenia euosma como principal origem vegetal foram testados em células de rim canino de Madin-Darby (MDCK) propagadas pelo vírus influenza A/PR/8/34 (H1N1) e fêmeas Ratos DBA/2 Cr. Os resultados desse trabalho mostraram a redução da perda de peso corporal de camundongos infectados. Adicionalmente, os mesmos autores testaram três tipos de própolis verde brasileira colhidas em diferentes áreas do Brasil. Esses extratos foram examinados quanto à sua eficácia anti-HSV-1 em um modelo de infecção cutânea em camundongos. Observou-se nesse caso que que os três extratos de própolis aliviaram moderadamente os sintomas de infecção cutânea herpética. (Shimizu et al., 2008) (Kurokawa et al., 2011)
Hori et al. demonstraram a eficiência do extrato de própolis verde na redução da secreção de IL-1β em macrófagos de camundongos e esta redução foi correlacionada com uma diminuição na ativação da protease caspase-1. Nesse mesmo trabalho os autores verificaram que a quantidade utilizada do extrato (30 μg/mL) não foi considerada tóxica para as células mesmo após 18 horas de tratamento. Esses resultados sugerem que o extrato de própolis verde brasileiro, rico em Artepillin C, tem um papel na regulação dos inflamassomas (uma grande plataforma molecular formada no citosol celular em resposta a sinais de estresse, toxinas e infecções microbianas).(Hori et al., 2013) Outros resultados importantes em relação à artepillina C foram encontrados por Kimoto et al., que demonstraram seu efeito antileucêmico. (Kimoto et al., 2001)
O efeito protetor gástrico e a atividade antiúlcera do extrato hidroalcoólico da própolis verde brasileira foram demonstrados utilizando modelos de lesões gástricas agudas induzidas por etanol, indometacina e estresse em ratos. Os animais pré-tratados com extrato bruto hidroalcoólico de própolis (50, 250 e 500 mg/kg) apresentaram redução significativa no índice de lesão, na área total afetada e no percentual de lesão, cujos resultados foram semelhantes aos obtidos para extratos vegetais de B. dracunculifolia. Na maior dose testada (500 mg/kg), o extrato de própolis verde demonstrou significativa proteção antiúlcera ao reduzir os parâmetros avaliados na ulceração gástrica. O pré-tratamento de 250 e 500 mg/kg de extrato de própolis verde apresentou atividade antissecretora, reduzindo o volume de suco gástrico, acidez total e pH. Todos esses resultados sugerem que os extratos de folhas de B. dracunculifolia, assim como a própolis verde brasileira, apresentam boa atividade antiúlcera, sendo sua incorporação em produtos de tratamento de úlcera plenamente possível após sua validação farmacológica. (de Barros et al., 2007)(Lemos et al., 2010)
Curcuma longa L. (AÇAFRÃO)
A Curcuma longa L., também chamada de açafrão da terra, é originária da Índia e do sudeste da Ásia. As utilizações dessa planta datam de 6.000 anos pela medicina Ayurveda. Seu cultivo se dá em regiões tropicais e subtropicais, também possui grande importância para elaboração de fármacos e na culinária. Tem forte coloração amarela, onde os pigmentos responsáveis pertencem à classe dos diferuloilmetanos representados pela Curcumina, tendo como ação principal, atividade anti-inflamatória, antiviral, antibactericida, antioxidante, antifúngica, anticarcinogênica, entre outras.
De acordo com os trabalhos publicados por de Almeida et al. e Wang et al, o açafrão é comumente utilizada em tratamentos de sinusite, infecções bacterianas, alterações hepáticas, diabetes, feridas, reumatismo e anorexia. (de Almeida, 2006)(Wang et al., 2014)
Dentre as atividades mencionadas acima, a Curcuma longa L. Apresenta outras propriedades farmacológicas as quais se destacam por suas ações antidiarreica, diurética, antiescorbútica, antiespasmódica, hepatoprotetora, (Grandi, 2014) anti-HIV, antiparasitário, inibidor da carcinogênese (Araujo et al., 2001), antibacteriana, antiviral, antifúngica e antitumoral (Bastos et al., 2009), além de suas propriedades anticonvulsivantes,(Alonso, 2004) antiartríticas, redutoras do nível de colesterol (de Almeida, 2006), sedativas, relacionadas com o sistema imune (Yu et al., 2002), antioxidantes e neuroprotetoras (Kim et al., 2014). Adicionalmente, a Curcuma longa L. apresenta potente ação anti-inflamatória onde o efeito é decorrente de diferentes mecanismos sobre a cascata do ácido araquidônico (cascata da inflamação)(Alonso, 2004)(Bastos et al., 2009)(Chainani-Wu, 2003) Neste contexto, a Curcumina inibe diferentes moléculas envolvidas na inflamação, são elas: fosfolipase A, LOX – lipoxigenases, COX-2 – cicloxigenases, leucotrienos, tromboxanos, prostaglandinas, TNF-α, MCP-1 (Chainani-Wu, 2003) óxido nítrico, colagenase, elastase, hialuronidase (Chainani-Wu, 2003)(Rosa, 2009) Há outras descrições sobre o mecanismo da ação anti-inflamatória da Curcuma longa L. (Góngora et al., 2002)(Rahman et al., 2006) De acordo com Góngora et al. pode ocorrer o “sequestro” e a consequente inibição de espécies reativas de oxigênio em situações de estresse oxidativo celular, fato este que pode em parte interferir no processo inflamatório (Góngora et al., 2002).
A ação antibacteriana, antiviral, antifúngica e antitumoral da Curcumina foram descritas por Rahman et al. (Rahman et al., 2006), bem como o fato de a mesma inibir a ativação do fator de transcrição AP-1, de atuar em etapas que precedem a fosforilação do IKB-α e provocar o bloqueio de NF-κB. Tais processos podem estar relacionados ao efeito anti-inflamatório da Curcuma longa L. (Góngora et al., 2002)
(Pérez et al., 2008) mostraram que a curcumina atua na redução da peroxidação lipídica, além de aumentar a atividade de enzimas antioxidantes e a neutralização de radicais livres. Os compostos curcuminoides e bisdemetoxicurcumina, presentes no rizoma da Curcuma longa L, atuam no controle e liberação da proteína ᵦ-amiloide, a qual induz o estresse oxidativo e favorece a deterioração neural observada na doença de Alzheimer (Park et al., 2002).
A Curcuma longa L. apresenta atividade em Sistema Nervoso Central (SNC). (Alonso, 2004) Dentre os efeitos no SNC observa-se a ação antidepressiva em estudos performados com ratos. Essas pesquisas mostraram que os efeitos da Curcuma longa L. em dosagens entre 280 a 560 mg/kg foram mais efetivas do que o medicamento de referência (fluoxetina). Os autores sugerem que este efeito antidepressivo está relacionado com a atividade inibitória da Monoamina Oxidase (MAO), sendo que a atividade da enzima MAO-A foi inibida com dose de 140 mg/kg e a MAO-B necessitou de uma dose de 560mg/kg. Em ambos os casos a utilização da Curcuma longa foi do tipo dose-dependente. Através desses estudos sugere-se que a Curcuma longa L. além de desempenhar papel sobre a depressão clínica pode ainda apresentar ação sobre desordens neurológicas e neurodegenerativas como a doença de Parkinson. (Yu et al., 2002).
A ação neuroprotetora da Curcuma longa L. está relacionada aos compostos da Curcumina. Estudos em ratos mostraram que a Curcumina apresentou importante papel na prevenção de alterações cerebrais (efeito neuroprotetor). Neste estudo, houve preservação da integridade da membrana do cérebro de ratos contra efeitos adversos do álcool. Sugere-se que este efeito ocorreu através de sua ação antioxidante a qual é estabelecida pelo aumento dos níveis de glutationa e pela redução da peroxidação lipídica nas membranas neuronais. (Rajakrishnan et al., 1999).
Os curcuminóides aplicados em ratas idosas inibiram o efeito deletério do envelhecimento sobre a disfunção mitocondrial, assim, minimizando e/ou bloqueando os distúrbios neurodegenerativos associados ao envelhecimento (Rastogi et al., 2014). A ação neuroprotetora da curcumina suprime o dano oxidativo, inibe peroxidases responsáveis por grande parte das citopatologias do Alzheimer (Muniz et al., 2013)
A curcumina tem características hidrofóbicas que permite atravessar a barreira hematoencefálica e apresentar ação no tecido cerebral. Por meio desta descrição, juntamente com a ação neuroprotetora a partir dos efeitos antiamiloidogênico, anti-inflamatório, antioxidante e quelante, a curcumina também foi considerada bastante atraente como potencial terapêutico para doença de Alzheimer. Entretanto, apresenta baixa biodisponibilidade, pouca solubilidade em água e baixa estabilidade em solução, além de rápida passagem pelo intestino e metabolização hepática, fatos que levam a necessidade de novas pesquisas, elaboração de métodos, a fim de elucidar as lacunas do uso da Curcumina em doenças neurodegenerativas (Chin et al., 2013).
Dalbergia ecastophyllum (PRÓPOLIS VERMELHO)
No Brasil, muitos tipos de própolis se distinguem por sua origem botânica. Aqui, as abelhas coletam própolis o ano todo. Bueno-Silva et al. analisaram que a própolis vermelha brasileira tinha como fonte vegetal Dalbergia ecastophyllum. (Bueno-Silva et al., 2013) O efeito do tempo de coleta da própolis, sua composição química e atividade antibacteriana foram examinados por esses autores e seus resultados demonstraram que a época de colheita possui uma correlação direta na composição química da própolis. (Bueno-Silva et al., 2013) A Dalbergia ecastophyllum (L) Taub. (Leguminosae) é intensamente visitada pelas abelhas para coletar exsudatos resinosos vermelhos em seus ramos. Essa planta é popularmente conhecida como “rabo-de-bugio”, e tradicionalmente suas raízes e cascas são utilizadas para o tratamento de inflamações uterinas e anemias. (Moise et al., 2020)
A atividade antioxidante da própolis foi demonstrada pela maioria dos resultados que comprovaram a redução dos marcadores de estresse oxidativo. Os polifenóis, uma das principais classes de compostos da própolis, possuem uma estrutura química capaz de eliminar efetivamente os radicais livres. Ainda nessa esteira, os flavonoides da própolis são poderosos antioxidantes, capazes de eliminar os radicais livres e, assim, proteger as membranas celulares contra a peroxidação lipídica. (Osés et al., 2016)(Cao et al., 2017)(Braakhuis, 2019)
A atividade antibacteriana da própolis vermelha brasileira foi investigada por Trusheva et al. contra diferentes cepas bacterianas (Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Candida albicans). Os resultados demonstraram que componentes, como por exemplo isoflavonóides, são eficientes na inibição bacteriana, principalmente contra C. albicans. O mesmo autor identificou que a benzofenona prenilada exibe importante atividade contra S. Aureus. (Trusheva et al., 2006)
Segundo Dantas Silva et al., o extrato vermelho etanólico apresentou a maior atividade antimicrobiana contra Enterococcus sp., Staphylococcus aureus e Klebsiella sp. exibindo valores de CIM de 31,3, 62,5 e 31,3 μgxmL−1. Bueno-Silva et al., afirma que a maior atividade antibacteriana da própolis vermelha ocorre durante a estação chuvosa (de janeiro a maio no Brasil), e neste período é registrada a maior concentração de vestitol, neovestitol e isoliquiritigenina, também. (Dantas Silva et al., 2017) (Wu et al., 2011) (Bueno-Silva et al., 2013) Para outros trabalhos evidenciando as atividades antibactericidas da própolis vermelha ver: (Koo et al., 2000) (Machado et al., 2016)
Regueira-Neto et al. analisaram o efeito antiparasitário da resina obtida de Dalbergia ecastophyllum e compararam sua atividade com a da própolis vermelha brasileira. Eles usaram as amostras contra os parasitas Leishmania e Trypanosoma. Os resultados obtidos mostraram que, de modo geral, as amostras de própolis apresentaram melhor desempenho frente aos parasitas quando comparadas ao extrato resinoso de D. ecastaphyllum. Este resultado sugere que as abelhas modulam os compostos químicos presentes nas resinas vegetais quando misturam o material vegetal com suas próprias secreções durante a produção de própolis vermelha. Outros resultados representativos do mesmo estudo demonstraram mais uma vez o efeito da sazonalidade nas amostras de própolis vermelha: a própolis vermelha coletada durante a estação chuvosa mostrou-se mais eficaz do que a coletada na estação seca. (Regueira-Neto et al., 2018)
Outras pesquisas científicas relataram que os extratos etanólicos de própolis inibiram o crescimento de culturas de epimastigotas de T. cruzi nas concentrações de 75 e 300 mg/mL. Observou-se que todas as amostras de própolis demonstraram alta atividade inibitória contra o T. cruzi em relação ao grupo controle. Além disso, os resultados demonstraram que um dos extratos de própolis vermelha apresentou a maior atividade, levando a 98% de inibição do crescimento dos protozoários em questão em 24 h de incubação. Esses resultados confirmam outros estudos publicados anteriormente. (Dantas Silva et al., 2017) (De Castro et al., 2011)
Através do trabalho publicado por Correa et al., os mecanismos moleculares específicos por trás do efeito anti-inflamatório da própolis vermelha foram bem estudados. Os autores desse trabalho sugeriram que os tratamentos com extratos de própolis vermelha, ricos em compostos polifenólicos, reduziram as áreas de lesão em camundongos, assim como a infiltração de neutrófilos (através da redução da quimiotaxia de neutrófilos), expressão do principal fator inflamatório transcricional (NF-kB), e a síntese de mediadores inflamatórios. (Corrêa et al., 2017)
A atividade in vitro dos extratos etanólicos de própolis brasileira vermelha e verde foi testada nas células tumorais B16F10, no intuito de avaliar seus efeitos antiproliferativos. A própolis verde teve menor efeito antitumoral que a vermelha, mas bons resultados foram obtidos para a amostra originária do Paraná-Brasil. O mesmo extrato de própolis verde registrou a maior concentração de artepillina C e ácido p-cumárico. Outros resultados importantes em relação à artepillina C foram encontrados por Kimoto et al., que demonstraram seu efeito antileucêmico. (Machado et al., 2016) (Kimoto et al., 2001)
A atividade antiúlcera dos extratos de própolis vermelha foi investigada recentemente. Observou-se que a administração de extratos hidroalcoólicos de própolis vermelha e formononetina (um isoflavonóide, normalmente encontrado na própolis vermelha) a ratos contendo úlcera induzida levou à diminuição significativa dos volumes de secreção gástrica além de aumentar a produção de muco. (de Mendonça et al., 2020)
Linum usitatissimum (LIGNANAS DE LINHAÇA GERMINADA ORGÂNICA)
O gênero Linum é um grande grupo com cerca de 230 espécies, o qual é dividido em cinco seções, Linum, Linastrum, Cathartolinum, Dasy-linum e Syllinum, com base no número de cromossomos, morfologia floral e compatibilidade interespecífica. A origem do linho está no sul da Europa, no Oriente Próximo ou na Ásia Central. Adicionalmente, há evidências da utilização do linho em culturas neolíticas como fonte de fibra. Outros relatos indicam que essa planta foi cultivada no Egito entre 4.500 e 4.000 a.C e chegou à Suíça por volta de 3.000 a.C. (Hall et al., 2016)
A linhaça contém muitos nutrientes, incluindo fibra dietética, ácidos graxos ômega-3, proteínas e outros compostos químicos bioativos que podem melhorar a saúde. Nesse contexto, tanto a fibra quanto o óleo de linhaça exibem teores consideráveis de compostos fenólicos, flavonoides exibindo atividades antioxidantes expressivas. Notavelmente, os teores médios de teores de fenólicos e flavonoides totais, juntamente com a atividade antioxidante total entre fibra e óleo de linhaça não foram significativamente diferentes, mesmo a atividade antioxidante celular da fibra de linhaça foi superior à da linhaça oleaginosa. (Hong Wang et al., 2017) Adicionalmente, outros estudos, in vitro, mostram que o óleo de linhaça também possui propriedades anti-hiperglicêmicas e hipolipidêmicas significativas, o que pode ser devido à presença de ALA e seus metabólitos EPA e DHA. (Kaithwas et al., 2012)(Kaithwas et al., 2013)
A alimentação com ALA pode fazer com que os ratos tenham efeito anti-inflamatório, diminuindo os níveis plasmáticos de proteína C-reativa. Outro estudo mostrou que, em ratos diabéticos, a dieta com óleo de linhaça regulou positivamente a catalase hepática (CAT) (atividade e expressão), a superóxido dismutase (SOD) (atividade e expressão), a expressão da glutationa peroxidase (GPx) e regulou negativamente a expressão dos genes inflamatórios hepáticos TNF-α, IL-6, MCP-1, INF-γ e NF-κB. Assim, a dieta com óleo de linhaça ajuda a prevenir lesões teciduais e aliviar o diabetes em ratos diabéticos. (Kaithwas et al., 2013) (Ren et al., 2016) (Jangale et al., 2013)
De acordo com Monk et al., óleo de linhaça exerce um efeito anti-quimiotático e pode mitigar a obesidade. (Monk et al., 2016)
Foi confirmado que o óleo de linhaça pode reduzir o dano hepático em hamsters hiperlipidêmicos através da atenuação do fígado gorduroso não alcoólico, diminuindo os níveis de colesterol hepático e triacilglicerol, depleção de glutationa e a expressão e atividade do gene MMP-9. (Yang et al., 2009)
Radix ginseng (REN SHEN GINSENG)
Essa planta é muito conhecida em toda a Ásia, porém como especiaria essa planta começou a ser comercializada na Coreia. O termo “ginseng vermelho” aparece em documentos antigos como os volumes dos anais da dinastia Joseon na época do reinado do rei Jeongjo (1776-1800). O documento que descreve o processo da produção do ginseng vermelho data do período da dinastia chinesa Song (1091-1153). Como o processo de produção do ginseng vermelho envolve ciclos de vaporização e secagem, há a observação de um nível de humidade mais baixo quando comparado com o ginseng coreano (Panax ginseng). Tipicamente o Panax ginseng apresenta 70% de humidade o ginseng vermelho contém somente 15,5% ou menos. Observa-se também que o ginseng vermelho possui maior firmeza no seus rizomas e em outras partes (raízes).(So et al., 2018) Para uma maior descrição de outras características do ginseng vermelho comercializado ver: (Christensen, 2008)
As análises fitoquímicas do ginseng vermelho revelaram a presença de uma grande variedade de glicosídeos triterpênicos, também chamados “ginsenosideos”, proteínas, peptídeos, alcaloides, poliacetilenos, polissacarídeos e flavonoides. (Christensen, 2008) (Christensen, 2008)
Vários estudos tanto in vitro quanto in vivo foram realizados nos gisenosideos, frações de saponinas e polissacarídeos do ginseng vermelho para verificar sua atividade relacionada ao aumento da imunidade. Verificou-se que o ginseng vermelho ativou macrófagos responsáveis primariamente pela imunidade inata. (Kyung-Ho Kim et al., 2009) Além disso, o ginseng vermelho foi responsável pelo aumento específico de respostas imunes através da regulação de imunócitos e citocinas as quais agem na imunidade celular e humoral. (Beom-Joon Lee et al., 2008) (Jang et al., 1994) (H-Y Lee et al., 1998)
Em outros estudos, a administração oral do extrato de ginseng vermelho em ratos antes de indução de infecção viral pelo vírus H1N1 aumentou a taxa de sobrevivência dos animais e a quantidade de interferon-gama (IFN-γ) nos brônquios e pulmões e diminuiu inflamações, levando os autores desses estudos a sugerir que o ginseng vermelho possui uma atividade antiviral expressiva. (Yoo et al., 2012) (Jin-Young Kim et al., 2011)(Mei Ling Xu et al., 2012) Para outros trabalhos evidenciando a atividade antiviral do ginseng vermelho contra outros tipos de vírus ver: (Eun Hye Park et al., 2014)(Jong Seok Lee et al., 2015)(Jong Seok Lee et al., 2014)(S W Suh et al., 1998)(Sung-Ock Suh et al., 2004)(Boo et al., 2007)(Kaneko et al., 2004)(Chang-Seop Lee et al., 2012)(Cho et al., 2001)(Sung et al., 2005)
Além das atividades antivirais evidenciadas, o ginseng vermelho diminuiu a acumulação de ácido lático, que está relacionada a fatiga muscular. Adicionalmente, o ginseng vermelho diminuiu a fatiga através da diminuição da geração dos precursores de serotonina e através do aumento de enzimas antioxidantes. (So et al., 2018)(Yoon et al., 2008)(Jung et al., 2011)(Min et al., 2003)(S S Kim et al., 2006)
Existem trabalhos evidenciando que tanto o ginseng vermelho quanto os ginsenosideos promoveram um fortalecimento nos nervos colinérgicos através da geração e liberação de acetilcolina, a qual está intimamente relacionada com efeitos no aprendizado e memória. As saponinas, ginsenosideos e o pó de ginseng vermelho também melhoraram a memória em ratos jovens e idosos, bem como desordens relacionadas com a memória isquêmica em modelos animais. (Benishin et al., 1991)(Benishin, 1992)(Salim et al., 1997)(Nishijo et al., 2004)(Zhao et al., 2009)(Yeonju Lee et al., 2015)(Wen et al., 1995)
Para efeitos relacionados como a saúde de mulheres no período da menopausa ver: (Sun Young Kim et al., 2012)(Heung-Soo Kim et al., 2009)(Ogita, 1990); para efeitos relacionados com a melhora na circulação sanguínea ver: (S H Lee et al., 1989)(Yu et al., 2006)(Kyeong-Mee Park et al., 1994)(Yamamoto et al., 1988); para efeitos anticâncer ver: (Sin et al., 2012)(Ota et al., 1996)(Chong-Zhi Wang et al., 2015)(KWANG YOUL Lee et al., 1997)(S E Kim et al., 1999a)(H N Wang et al., 2009)(Shangguan et al., 2014)(S E Kim et al., 1999b)
Uncaria tomentosa (UNHA DE GATO)
A unha-de-gato é uma planta nativa das florestas da América Central e do Sul, milenarmente utilizada em vários tratamentos pelos povos da Amazônia Peruana e Brasileira. Os registros mais antigos são de que os INCAS foram os primeiros a isolar os princípios ativos dessa planta arbustiva a qual se caracteriza como uma das plantas medicinais peruanas de maior importância.
A atividade antiviral de seis glicosídeos de ácido quinóvico isolados da U. tomentosa foi testada contra duas infecções por vírus RNA (vírus da estomatite vesicular e rinovírus 1B) em células CER e HeLa, respectivamente. Um efeito inibitório contra a infecção por VSV foi observado para todos os seis glicosídeos testados em valores de MIC50 de 20-60 mg/l. (R. Aquino et al., 1989)
Vários extratos da casca da raiz da unha de gato e suas frações foram testados quanto à atividade anti-inflamatória através da indução de edema de pata de rato por carragenina. Nesse estudo um novo glicosídeo de ácido quinóvico (ácido quinóvico-3-β-O-(β-d-quinovopiranosil)-(27→1)-β-d-glucopiranosil éster) foi isolado como um dos princípios ativos o qual reduziu a resposta inflamatória em 33%. Porém não se pode descartar que o forte efeito anti-inflamatório dos extratos pode ser devido a uma combinação de compostos presentes nos extratos analisados. (Rita Aquino et al., 1991)
O teste de Ames (teste de Salmonella/microssoma de mamífero) com e sem ativação metabólica foi utilizado para avaliar o potencial mutagênico de extratos de U. tomentosa. A atividade antimutagênica foi estudada na fotomutagênese induzida por 8-metoxipsoraleno e irradiação UV-A em Salmonella typhimurium. Foi demonstrado que os extratos e frações da casca de U. tomentosa não apresentaram efeito mutagênico em várias cepas de S. typhimurium, mas sim atividade antimutagênica protetora in vitro contra a fotomutagênese. Uma decocção de U. tomentosa ingerida diariamente por 15 dias por um fumante diminuiu a mutagenicidade da urina desse paciente. (Rizzi et al., 1993)
Os alcaloides oxindoles pentacíclicos de U. tomentosa inibiram o crescimento de células leucêmicas HL60 e U-937. Os valores de IC50 estavam na faixa de 10−5 a 10−4 mol/l. O efeito mais pronunciado foi encontrado para uncarina F. Adicionalmente, foi observada seletividade entre células leucêmicas e normais. (Stuppner et al., 1993)